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7 DICAS RÁPIDAS para encontrar ARTIGOS CIENTIFICOS

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O banner do vídeo no canal Nunca vi 1 cientista ilustra o post porque me limitei a transcrever os pontos principais para facilitar o acesso às dicas. A gente sabe que muita gente não lê posts, então é importante assistir e compartilhar o vídeo delas para que ele seja mais encontrado por quem precisa.

Sempre procurei ler artigos científicos sobre o que se falava nos meios leigos e ainda assim aprendi várias coisas com esse vídeo. Conteúdo produzido por cientistas faz toda a diferença, né?

Ainda hoje um parente mandou no WhatsApp o link para um artigo científico junto com um monte de afirmações (falsas e que não estavam abordadas no artigo, que também era ruim).

O pouco conhecimento público sobre o método e os caminhos das pesquisas científicas gera muita confusão e é comum ver gente confusa como o meu parente. Confusões como:

  • Se foi publicado em revista científica é verdade absoluta
  • Toda revista científica é confiável
  • Todo artigo que se diz científico é científico
  • Nem li porque não consigo entender: Os comentários devem estar corretos

As dicas da Ana Bonassa no vídeo no final desse post são preciosas! Assista! Depois guarde esse post porque vou copiar as dicas aqui (até porque também vou querer consultar).

O foco aqui é mais estudos na área de saúde.

Dispositivos de busca de artigos científicos:

Esses sites não são revistas científicas, eles catalogam os diversos tipos de artigos em diversas revistas científicas. Sim, tipos de artigos.

Dois tipos são um bom ponto de partida para descobrir o consenso científico sobre um tema:

  • Revisão sistemática: Investigação científica que reúne vários estudos relevantes fazendo uma revisão crítica e abrangente da cobertura científica daquele tema
  • Meta análise: Técnica estatística para integrar os resultados de dois ou mais estudos

Eles podem ser manipulados, como de fato foram durante a pandemia para vender ivermectina, por exemplo.

Uma forma de julgar a seriedade desses artigos é verificando os resultados dos estudos incluídos. Se só tiver estudo com resultados positivos ou negativos, desconfie. As boas meta análises explicam os critérios de inclusão e exclusão.

Normalmente, quando um assunto foi bem estudado, acha-se dezenas de revisões sistemáticas e meta análises.

Outro critério para avaliar o avanço das pesquisas é verificar se existem artigos sobre os efeitos em humanos, ou seja, clinical trial. Esse é um dos critérios de busca que os buscadores listados oferecerá.

O tipo de revista em que o artigo foi publicado também é muito importante. Existe uma classificação de relevância das revistas científicas, o “Fator de Impacto”. Índices acima de 10 já são excelentes. Abaixo de 3 já sugere desconfiança. E, claro, se a descoberta é de grande importância, ela estará em revistas com alto fator de impacto.

Buscando por “impact factor nome da revista” no Google ele já informa o fator de impacto dela. Buscando no DuckDuckGo o resultado mostra sites que calculam e catalogam esse fator. No caso da revista que recebi por mensagem o fator é 1,15.

Outra dica é verificar a data da publicação. Se o artigo é antigo aconselha-se ver se existem mais recentes que podem refutar ou até confirmar aqueles resultados. A ciência é muito dinâmica pois o nosso conhecimento da realidade está sempre se desenvolvendo.

Os buscadores de artigos científicos também oferecem gráficos com a frequência de artigos sobre a busca que foi feita. Se são poucos por ano já é uma indicação de que não é um assunto levado a sério. Por exemplo, quantos pesquisadores (fora da área de psicologia) vão perder tempo fazendo estudos sobre a Terra plana?

Mais uma dica é verificar se as conclusões batem com os dados. É bem comum vermos matérias na mídia não especializada chegando a conclusões alucinadas a partir de artigos que dizem outra coisa (eu mesmo já achei vários casos). Por exemplo, um estudo que diz que uma determinada droga teve um certo efeito “in vitro”, ou seja em uma amostra em tubo de ensaio, não permite concluir que a droga funcionará “in vivo”. Basta ir direto para o fim do artigo e ler a sessão “Conclusions”.

Finalmente temos que avaliar os conflitos de interesses. É mandatório os pesquisadores informarem se existe algum conflito de interesses em sua pesquisa, por exemplo, ele é dono de uma fábrica de insumos para fazer ivermectina e o artigo defende algum novo uso para a droga. A sessão com essa declaração deve ter mais ou menos esse nome: Ethics Statement and Conflict of Interest Disclosures.

Dica bônus (do vídeo, não minha): O que diz o consenso científico.

Vou voltar à Terra plana: a quantidade de evidências e o consenso científico em relação à forma esférica da Terra nos últimos três mil anos formam um consenso robusto. Para contestar isso é necessário apresentar evidências muito fortes.

Outro exemplo, dado no vídeo, é o consenso a respeito das mudanças climáticas em virtude do aumento da temperatura média do planeta e da natureza antropogênica do fenômeno. Se o Fulano Falácia quer ir contra esse consenso ele precisará de evidências muito fortes e até mostrar as falhas que formaram o consenso.

7 dicas para pesquisar artigos científicos– Canal Nunca Vi 1 Cientista

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