No ar frio da noite calma
Bóia à vontade a minha alma,
Quase sem querer viver
Sente os momentos correr,
Como uma folha no rio
Já faz um tempo que a cultura cibernética (cibercultura, o digital, Internet) deixou de ser coisa de gente excêntrica, de nerds e se tornou parte crucial da nossa civilização como a esfinge que nos desafia a decifrá-la ou sermos devorados por ela.
Tudo parece muito complexo e a perplexidade nos congela. Simplesmente aceitamos e nos deixamos levar como folhas soltas num rio turbulento.
Não precisa ser assim e, acredite, a selva cibernética em que vivemos é mais simples do que parece e o que realmente causa ansiedade e suga nosso tempo é não termos controle.
Para assumir o controle da nossa presença e da nossa narrativa online precisamos de poucas coisas:
- Ir até a informação em vez de aceitar que ela seja empurrada para nós. Isso envolve assumir o controle das nossas redes e mídias sociais, entender o marketing digital e saber onde buscar informação fora dos buscadores;
- Ter uma forma de priorizar e organizar o fluxo de conhecimento, dados e informações que vamos acumulando em vez de deixá-lo espalhado caoticamente nas nuvens de terceiros;
- Entender as capacidades e limitações das IAs generativas e outras (garanto que é fácil);
- Não ceder o controle da nossa narrativa a algoritmos, às exigências do marketing de influência que nos pasteuriza.
Abaixo estão as áreas do conhecimento que considero que são os pilares essenciais para entender e lidar com a civilização cibernética e em intensa transformação que a humanidade se tornou. Cada imagem leva a uma breve explicação e a artigos naquela área.
Aprofundando um pouco….
Foi bem rápido. Até os anos 10 os esquisitos estavam em redes sociais online, em 2014 quem não estava no Facebook é que era visto como uma pessoa estranha.
Entretanto não são apenas as redes sociais, tudo é feito ou passa pelo ciberespaço. A TV, jornais e rádios já não estão sós na influência dos vieses e movimentos sociais e, a partir de 2016 ou 2018 já se suspeita que a maior influência vem “do online”, que passou a pautar as outras mídias.
O que acontece é que a Internet se tornou o grande panóptico, ou seja, através dela dá para observar os pensamentos, desejos, comportamentos de grande parte da nossa civilização. Um conhecimento que permite levar o marketing a um outro nível de influência, e não apenas para as pessoas que estão conectadas.
Se não entendemos a nova civilização cibernética nos tornamos como folhas no rio, levadas pela correnteza, vendo nosso tempo sendo sugado por fluxos irresistíveis de estímulos que vão da timeline perfeita no app social até a propaganda que parece ter lido nossas mentes.
Nós podemos não gostar dos rumos das tecnologias ou de como a Internet e “as telas” estão influenciando a humanidade, mas a influência é inescapável e a única forma de lidar com ela é entendendo que a civilização é cibernética e que o fluxo e controle das informações e dos estímulos se estende pela programação de TV, jornais, papos nos bares de esquina, nas mesas de jantar com nossos parentes e companhias de viagem pela vida.
A civilização cibernética é como uma vasta floresta que foi nos envolvendo sem que tivéssemos tempo para compreender seus mecanismos e ecossistemas. Ao mesmo tempo ela se tornou essencial para viver: temos que ter email, precisamos das plataformas sociais para nos relacionar, entregar nossas vidas em troca de existir online parece ser o único caminho. Muitas pessoas se sentem presas nessa floresta, que quando nos demos conta, controla nossas vidas de uma forma ou de outra.
É como se estivéssemos sob influência do cordyceps (o fungo-zumbi que controla seus hospedeiros) e sequer notássemos… Talvez por isso filmes e jogos de zumbi tenham tanto apelo: nos sentimos em um apocalipse zumbi…
Perceber que a civilização cibernética é um instrumento poderoso que pode ser usado por quem tem recursos para controlar o fluxo de informações e estímulos é o primeiro passo para sermos livres.
O segundo passo pretendo ajudar a dar nesse site: conhecer e entender os caminhos e ecossistemas dessa vasta selva, digo, civilização cibernética.
Uma breve recapitulação
Olhe para o mundo ainda ontem, não precisa ir muito longe, 2010 já é o bastante. O que você vê?
Ainda no final do século passado começaram a surgir relacionamentos online, primeiro em BBS (não se incomode se não souber o que é isso, pouca gente sabe) onde começaram a se definir as formas que as pessoas viriam a interagir online e nem era Internet ainda. Depois veio IRC, fóruns e, o que era estranho virou regra. Hoje parece que as pessoas que não estão em alguma rede social são estranhas. E realmente são pois a nossa civilização deseja, coletivamente, se tornar cibernética, se conectar de novas formas.
Em 2010 a revista Wired sugeriu que a Internet fosse indicada ao prêmio Nobel da Paz e Shirin Ebadi, laureada com o mesmo prêmio em 2003, apoiou a ideia ao lado de outras personalidades de peso. Em 2022 Maria Ressa, Nobel da paz de 2021, acusou as redes sociais de estarem destruindo a democracia.
Não foi apenas a Internet que parece ter virado de ponta-cabeça, há um certo senso comum de que o mundo desandou nas últimas décadas e esse site aqui fala muito sobre isso.
Entender o nosso mundo é importante para que tenhamos segurança, tranquilidade e perspectivas para o futuro. Viver no caos é… bem… um caos.
Com as ferramentas corretas (e por ferramentas quero dizer abordagens e estratégias cognitivas e não aplicativos, app, programas) podemos não só entender o que está acontecendo, mas ter algum controle sobre como isso nos afeta.
Esse se tornou o objetivo desse site: Reunir e apresentar formas de lidar com o fluxo de conhecimento e informações, Inteligências Artificiais, Redes Sociais de verdade e Plataformas Sociais Comerciais, segurança e privacidade e Marketing.
E essa página tem a função de despertar a consciência de que devemos assumir o controle e colocar as ferramentas (agora sim os aplicativos e serviços) para trabalhar para nós e não o contrário.
As demais páginas na home (no mosaico lá pra cima) desse site são satélites dessa e tem o objetivo de nos apresentar ferramentas e caminhos para lidar com a Civilização Cibernética.










