Situação um: O filho de 3 meses de uma amiga estava com fortes cólicas. Ela o levou ao médico que decretou a necessidade de uma cirurgia urgente. Desorientados os pais aceitaram, mas enquanto se deslocavam de carro de um lugar para outro conseguiram se acalmar, buscaram uma segunda opinião e depois uma terceira, todas indicando que a criança tinha apenas cólicas o que se constatou verdadeiro. Não havia qualquer necessidade de cirurgia. A mãe acredita que o médico estava interessado no faturamento da cirurgia.
Situação 2: Uma amiga passa um ano se tratando de alergia em uma certa clínica com um certo médico sem qualquer avanço sensível. Finalmente ela decide ir a uma outra médica que imediatamente percebe que a alergia está ligada ao tipo de esmalte que ela usava.
Situação 3: Depois de vários meses tratando de uma perfuração do tímpano na mesma clínica do caso acima finalmente a paciente decide procurar outro médico que depois de detalhado exame determina que ela nunca teve tímpanos perfurados, receita o remédio correto e a cura em poucos dias.
Situação 4: O rapaz faz um exame de sangue de rotina e fica sabendo que tem Aids. O médico determina que se faça um novo exame só para confirmar. Dá a notícia com a frieza de quem fala de uma verruga. Ao pedir o novo exame o rapaz pergunta à enfermeira se é comum o exame dar falso positivo “Ih! Aqui nunca deu!”. Quando volta para saber o resultado que acaba de sair é informado que somente o médico pode abrir o envelope e que o médico saiu de férias. Por mais de uma semana ele teve aids. Avisou a família e as mulheres com quem teve relações. Perdeu seis quilos por tensão nervosa até que o médico voltou e informou que tinha sido um falso positivo.
Estas são histórias reais que aconteceram com conhecidos meus, mas os nomes dos médicos e clínicas acima não podem ser citados. Eles estão protegidos pela lei.
Sob o pretexto de injúria e difamação o protesto de quem é vítima de um tratamento médico indiferente ou até incompetente pode ser processado e provavelmente perderá como ocorreu no quinto caso onde a paciente reclamou em seu blog com o post que reproduzo na íntegra mais abaixo.
É importante notar que o processo todo se baseou em injúria e difamação e não em calúnia, ou seja, o relato é considerado preciso e real.
A punição da blogueira foi calcada no princípio de que ela não tem o direito de reclamar online de um mau atendimento, mas essa fronteira é muito tenue! Se você não pode reclamar online é melhor não reclamar em nenhum lugar, afinal se você comenta com alguém numa mesa de bar essa pessoa pode, por exemplo, lembrar que um amigo irá na clínica dos casos 2 e 3 no dia seguinte e lhe enviar um rápido email pelo celular. Pronto! Caiu na Internet e logo o nome da clínica e do médico estará circulando silenciosamente por milhares de caixas postais.
A justiça está sendo usada como um manto de invisibilidade que protege maus profissionais assim como o Um Anel de Tolkien protegia e corrompia quem o usasse: a invisibilidade corrompe mais do que o poder.
Todo ser humano deve ter direito de reclamar quando se sentir mal atendido, deve ter o direito de alertar os outros (e não só os amigos) de riscos que eles correm.
A Internet é parte de uma nova cultura, a propósito, ao meu ver ela é o principal fruto de uma nova cultura que leva a democracia e os nossos direitos a novos patamares.
Um mundo onde todos tem possibilidade de se expressar assusta e a reação normal é a demonização da mudança, mas não podemos permitir que o medo da liberdade de expressão e da democracia transforme nossas leis em um instrumento de proteção para o que está errado.
Concluindo…
A mídia tradicional tem recursos e advogados para defender seus direitos, mas os cidadãos ficam acuados sem possibilidade de defesa caso não disponham de recursos o que, infelizmente, é comum. O caso do post reproduzido a seguir é justamente esse: a blogueira perdeu pois não podia pagar os custos para recorrer contra a decisão em primeira instância.
Para evitar que outras pessoas tenham o mesmo problema poderia ser criada uma associação dedicada à defesa da liberdade de expressão com recursos para custear a defesa da liberdade de expressão.
O quinto caso: O post
No domingo passado eu comecei a ter febre e dor no corpo. Na segunda-feira, a febre chegou a 38,9 e fui ao pronto-socorro. A médica me deu alguns remédios (antiinflamatório, anti-histamínico e vitamina C) e me disse para procurar um otorrino caso eu não melhorasse até quarta-feira.
Eu melhorei da febre, mas, com a obra, a garganta inflamou um pouco e ontem de manhã eu estava sem voz, com o nariz totalmente congestionado e, conseqüentemente, com dor de cabeça e sem respirar direito. Como tenho tendência crônica a ter problemas de garganta e sinusite, achei que era melhor dar um pulo no otorrino. Afinal, pago o plano de saúde e devo usá-lo para não jogar dinheiro fora, certo? A esta altura do campeonato, não sei…
O diálogo a seguir aconteceu ontem de manhã, na clínica XXXXXXXXX, que fica na XXXXXX de XXXXXX. O médico era o dr. XXXXXXXXXXX (CRM-RJ XXXXXXX-? – dígito ilegível).
Entrei sem voz no consultório e sussurrei: “Bom dia”.
Médico: “Nossa, você está sem voz! Desde quando está assim?”
Eu: “Hoje de manhã.”
Meu marido disse: “Eu vim de intérprete.” (risinhos gerais)
Ele pegou uma espátula e deu uma olhada (durante aproximadamente 3 segundos) na garganta e concluiu, em tom definitivo: “Ah, é só uma inflamaçãozinha na garganta. É normal nessa época do ano. Tem diabetes ou hipertensão?”
Respondi que não e ele se sentou na mesinha para receitar os remédios. Eu, sem acreditar no que estava acontecendo, virei para o meu marido e fiz gestos, pedindo para ele explicar a situação. meu marido começou:“Olha, ela teve febre alta na segunda.”
Médico: “Hum-hum.” (Sem levantar o olhar do papel.)
Meu marido: “Ela está com o nariz muito congestionado.”
Médico: “Teve dor de cabeça?”
Meu marido: “Ela disse que está com dor de cabeça desde hoje de manhã.”
Médico: “Hum-hum.” (Com o mesmo desdém.)
Fiz gestos para o meu marido mostrar a ele a receita que recebi na segunda.
Meu marido: “Olha, ela está tomando estes remédios.”
Médico: “Hum-hum. A gente vai fazer um pouco diferente, viu? Você vai tomar Decadron durante 5 dias e depois vai passar para a Loratadina (que eu já estava tomando) durante 10 dias. À noite, vai pingar dois jatos de Flixose antes de dormir. Se tiver dor de cabeça, pode tomar um Tylenol.”
Eu, desesperada, pedi ao meu marido para dizer que eu costumo usar Nasofelin à noite.
Meu marido explicou e o médico disse: “Tudo bem, mas agora você vai usar este. Não vou dar antibiótico por enquanto. Vamos evitar.”
Eu, com cara de abismada, olhei para o meu marido, que disse para o médico: “Olha, ela já esteve no hospital na segunda e a médica disse que, se não melhorasse, era para vir aqui e que era melhor entrar no antibiótico.”
Médico: “É, se tiver febre de novo, você volta aqui e a gente vê o antibiótico.”
Eu, desesperada: “Mas eu não posso parar de trabalhar.”
Médico: “Tá certo. Se piorar, você volta.”
Com isso, quase nos botou porta afora.
Esse diálogo/consulta durou menos de 5 minutos. NÃO ESTOU EXAGERANDO! O médico não quis saber NADA além da “inflamaçãozinha” na garganta suposta por ele. Simplesmente não fez anamnese, então não sabe:
– que tenho tendência crônica a sinusite, laringite e faringite;
– que não tenho amígdalas;
– que eu estava suando frio;
– quais eram meus sinais vitais (pressão arterial e batimentos cardíacos, no mínimo);
– que eu não estava respirando direito.
SURREAL! Como é que o cara me receita um corticóide assim, sem me examinar, sem saber meu histórico médico??? Fiquei muito chocada. Os efeitos colaterais dos corticóides são BEM piores que os efeitos de tomar antibiótico por uma semana.
Resultado: comprei uma caixa de amoxicilina e comecei a tomar por minha conta e risco.Minha conclusão, depois de algumas desventuras semelhantes, é que médico bom no Rio de Janeiro é uma raridade! De memória, eu salvaria o dr. XXXXXXXXX (excelente ortopedista) e a dr. XXXXXXXX (excelente ginecologista).
Olá!
Seu post está perfeito.
Eu passei por uma situação terrível ao procurar por um médico que me apoiasse em minha decisão de ter um parto normal e somente recorrer à cesárea em último caso. Pode parecer simples, mas num país onde 80% dos partos são cesáreos, parto normal é uma luta inglória.
Depois de meses de acompanhamento, minha bolsa rompeu e diante da falta do início de trabalho de parto ativo, o médico falou que ou era cesárea ou eu estava sem médico. Mesmo eu estando bem, assim como o bebê, mesmo não havendo nenhuma situação de emergência. Simplesmente, se ele continuasse a apoiar meu desejo de aguardar os sinais naturais do meu corpo, ele estaria preso a um acompanhamento que poderia durar mais de 2 dias e com possibilidades de um longo trabalho de parto e mais um parto sendo realizado de madrugada.
Ou seja, ou te opero sem necessidade ou você está sem acompnhamento médico com um filho para parir e já com a bolsa rompida.
O corporativismo e a proteção até da sociedade diante de médicos como esse me afstaram de uma tentativa de processar esse médico que foi responsável pelos momentos mais dolorosos de minha vida e quem sabe também pelo nascimento prematuro de meu filho que teve que ficar 36 horas num UTI.
Que tenho certeza de que eu poderia ter esperado meu corpo dar sinais mais explícitos de que uma cirurgia seria necessária? Sim.
Que tenho certeza de que havia possibilidade real de meu parto ser normal pois eu ainda estava em condições perfeitas de continuar aguardando mesmo com a bolsa rompida? Sim.
Que tenho certeza de que essa esper poderia ajudar meu menino a nascer no tempo correto sem ser prematuro ou ter que ficar numa UTI por 36 horas ao custo de 6 mil reais? Sim.
Mas duvido, sinceramente, que esse médico será punido ou investigado.
É algo que ainda amadureço todos os dias e no dia que tiver uma chance real, eu dou andamento a isso para que nunca ninguém passe pelo que passamos nas mãos dele.
Pois é… E mesmo que você processe o médico e ele até seja condenado a indenizar você ele continuará incógnito e livre para coagir outras mulheres a passar pelo que vc passou! É horrível o que esses “médicos” estão fazendo contra a classe médica e os bons médicos…
A propósito, eu hospedo o site de um médico especializado em parto normal e humanizado: partonormalhumanizado.com.br!
Quisera eu conhecer vc e ele quando vc esteve grávida!
Bom…
Não quero defender aqui ninguém em específico, ainda mais quem eu sequer conheço, mas…
Até onde eu saiba, a criança entra em sofrimento fetal no máximo até 24 horas depois do rompimento da bolsa, se não entrar em trabalho de parto. O que você descreve aqui (“minha bolsa rompeu e diante da falta do início de trabalho de parto ativo”) é um caso em que a cesária era necessária para que a criança não entrasse em risco.
O caso 5, descrito pelo Roney aqui, eu conheço de perto e sei que não se trata de uma imprudência do paciente em questão. Entretanto, é sempre prudente ouvir especialistas. Claro que ninguém é dono da verdade, mas se 10 profissionais falam a mesma coisa, talvez seja o caso de reconsiderar as suas crenças pessoais. E isso, claro, vale para tudo (medicina, internet, mecânica hidráulica, etc).
Abraços,
Carolina.
Roney, Roney…devemos nos conhecer e não sabemos…. vou entrar no seu site, esteja certo…
Carolina, esse procedimento recomendar cirurgia após 12/24 horas de bolsa rompida (ou rôta) é praxe médico sem nenhum embasamento bibliográfico. Sofrimento fetal acontece somente quando os batimentos do bebê estão alterados sem que haja contrações, porque durante as contrações, não há nada que não se altere no corpo da mulher. Médicos experientes (e realmente humanizados) e enfermeiras obstétricas, principalmente em vários países da Europa, esperam vários dias mesmo com bolsa rompida sem que haja nenhum risco para o bebê ou para a parturiente. Apenas alguns cuidados precisam ser tomados como evitar exame de toque. Ao contrário do parto cesáreo que é 10 vezes mais arriscado para a mulher e 4 vezes mais arriscado para o bebê, ele é feito indiscriminadamente sob motivos torpes como bolsa rompida há mais de 12/24 horas, cordão enrolado, cesárea prévia e outros. As mulheres são diariamente mutiladas. Porque cortar nosso corpo sem necessidade é mutilação.
carolina, eu tb meio complicado palpitar em caso alheio, mas vamos lá…
só queria endossar q recomendar uma cesárea apenas por causa do tempo passado da bolsa rôta é um hábito arcaico e sem justificativa médica razoável. NENHUM estudo médico confiável recomenda esse procedimento… pode procurar!
a mania de se recorrer à cesárea para q o bebê não entre num possível risco acaba justamente AUMENTANDO o risco pra esse bebe… é questão de números, mais do q crenças e/ou preferências, apenas estatística mesmo. uma cesárea, numericamente falando, aumenta os riscos de complicações pra mãe e pro bebê, sob qq circunstância. mas esse risco é meio escondido da gente pela maioria de nossos médicos, seja por por conveniência deles, seja por q eles acreditam mais na intervenção do bisturi do q na pp natureza…
se estivermos passando por um problema REAL, vale a pena passar por um procedimento cirúrgico, q aumenta os riscos mas pode nos salvar a vida…
mas o q é problema real? 24h de bolsa rôta, isoladamente, não é. cordão enrolado tb não. “passar do tempo” não. preferência materna não. menos dor não. não alargar a periquita não. demora no trabalho de parto não. cesárea prévia não. ihh, tem tanto mito nessa história…
particularmente, eu acho muito mais prudente insistir num parto normal do q aceitar o autoritarismo do médico da ana cláudia, ainda q o especialista seja ele: indicar uma cesárea por conta da bolsa rota foi o fim!!!
ana, vai até a clínica onde seu filho nasceu e peça pra ver seu prontuário: APOSTO q vai estar escrito outra desculpa para sua cesárea!
Opa, Ana!
Só acho muito complicado atacar desta maneira um profissional, independente da área, sem termos conhecimento para isso.
Eu acho sim que os obstetras vêm (esse é um dos acentos que caiu?) receitando cesáreas por motivos torpes como não trabalhar de madrugada e coisas do gênero. Não estou aqui defendendo A ou B, mas acho sim que não se deve atacar alguém – não importa quem – sem bases para isso.
E desculpe, mas a literatura médica defende a cesárea em inúmeros casos.
O assunto do post era sobre justamente um processo ganho INJUSTAMENTE por um médico contra uma blogueira que relatou um caso em seu blog. O assunto era sobre a invisibilidade corromper. E o Roney tem razão, sim. Entretanto, isso também não é desculpa para sairmos falando o que for de quem for. E, mesmo que vocês não concordem, o obstetra citado no primeiro comentário da srta. Bessa, teve seus motivos para agir daquela maneira, motivos previstos na literatura médica. Ela tinha e tem TODO direito do mundo de não concordar e procurar outro profissional, mas é um caso diferente dos citados pelo Roney. Foi uma opção médica e não um descuido.
A medicina não é ciência exata e existem muitas formas diferentes de tratar a mesma questão. O que eu afirmo é que o obstetra em questão (apesar de eu pessoalmente não ser exatamente fã da classe) teve um embasamento médico para agir daquela maneira, ao contrário dos casos citados pelo Roney.
Por exemplo, um designer pode recomendar um site em Flash e ter motivos para isso, apesar de ser contra tudo o que eu, pessoalmente acredito. Isso não faz dele um profissional ruim, apenas um profissional que acredita em outra forma de tratar a mesma questão. E isso deve ser respeitado. E, claro, se você não quer um site em flash, procure outro profissional.
Volto a afirmar que, mesmo não gostando, concordando, admitindo ou aceitando, o obstetra em questão teve motivos não-torpes e embasados para agir daquela maneira.
Naturalmente, é o direito de cada um procurar o profissional que melhor vai nos atender, independente da área ou dos quesitos que consideramos.
Apenas isso. Não estou aqui para debater obstetrícia com ninguém, apenas acho atacar um profissional embasado que não está de acordo com nossas opções pessoais tão grave quanto uma inocente ser condenada por expôr um atendimento verídico (e considerado verídico pelo juiz, já que o caso não foi de calúnia).
(e eu não vou mais responder aqui)
Uma das coiass que adoro em blogs é que os posts assumem vida própria e não é à toa.
Depois de vários comentários sobre cesárea e parto natural percebi que este é justamente o ponto em que o médico ganancioso pode ser mais perverso se valendo da certeza da invisibilidade e da impunidade…
É mais parverso pois além de jogar com a saúde e vida de um adulto fragilizado por seu estado físico delicado também joga com uma criança que nem ao menos nasceu!
Se não houvesse este véu de invisibilidade a Ana Cláudia poderia ter comentado o caso livremente, o médico poderia ter dado seus motivos nos comentários do blog dela e outras pessoas teriam aprendido e colaborado.
No entanto a lei nos impede de citar o nome do médico. Tenho certeza que se fosse diferente ele jamais teria tido a atitude que teve.
Agora sei que o melhor ponto para começar a conscientização para o fim dessa invisibilidade é pelo parto!
E o médico teria sido respondido com um flame absurdo, com uma pilha de ofensas, comentários sem base técnica alguma, situação típica de quem não tem educação alguma ou responsabilidade pelas suas palavras ou reputação dos outros.
Bem, você está assumindo que a maioria das pessoas são mal educadas, mas não é o que vejo na maioria dos blogs que frequento.
Olá, existe alguma lei que impe as pessoas de avaliaram, na internet, o serviço prestado por algum médico citando o nome dele? Que lei seria essa? Atenciosamente, Alan.
Desde que escrevi esse post muita coisa mudou e os processos contra quem critica serviços online são muito mais raros Alan (pelo menos aqui no Brasil).
Não tem lei que nos impeça de avaliar ou criticar, pelo contrário, entretanto o alvo da crítica pode afirmar que se sentiu constrangido (injúria), que é mentira (calúnia) ou que o prejudica (difamação).
Minha esperança é que os que se sentem lesados passem a pedir compensação na forma de artigos de retratação em vez de se venderem por dinheiro.
Tudo seria melhor se passássemos a ter o senso comum de avisar que fizemos a crítica dando imediatamente direito de resposta e a pessoa soubesse usar esse direito.
Temos muito que aprender ainda sobre como usar o poder de comunicação da Internet.
Oi, Roney! Vi o seu site mas não identifiquei o médico que o escreve
Esqueci de contar, mas o médico que mencionei é considerado e indicado por grupos de parto humanizado. Tem muita vaidade e corporativismo envolvido. Na maioria esmagadora dos casos, ter um parto normal é um misto de determinação e sorte, sendo que se a sorte faltar, a determinação tem que ser incomensurável. Senão, faca. Determinação no meu caso, seria sair dali e ir bater de porta em porta a procurar um médico com 80% de chance de não-encontrar; Ir para um hospital público e correr os risco inerentes a esta nefasta opção (apesar de ser mais fácil ter um parto normal lá) ou parir sem assistência.
Infelizmente,no Brasil o maior índice de erros ocorrem em partos e,há dezoito anos venho lutando contra a negligência que ocorre nessa área,mas,tenho conseguido muito pouco.
Vamos lutar juntos,não podemos desistir NUNCA.
Carolina,
a srta. Bessa não entendeu quando vc diz que não pudemos julgar o médico sem saber e no mesmo texto diz que ele teve seus motivos para diagnosticar uma cesárea. Afinal, você julga porque sabe ou julga porque acha que sabe?
Ao contrário de você eu dei todas as explicações do porque a cesárea foi diagnosticada cedo demais. Se isso não foi suficiente, talvez lembrá-la que meu filho saiu prematuramente direto para uma UTI também te dê, como à maioria, indícios de que a cirurgia foi salvadora. Quando na verdade pode ter sido criminosa.
Não havia sinais de sofrimento fetal ou gestacional. REPITO.
Mas eu entendo: só entende a dor de ser enganada, mal cuidada e desrespeitada por um médico, quem passa por isso. E voltando ao ponto do post do Roney, eu não recorri à justiça porque sei que , assim como você, a conselho de medicina e a sociedade vão sempre defender estes escroques por trás de seus jalecos.
Resolvi minha luta desta forma, falando e partilhando minha experiência e já consegui que algumas mulheres perrto de mim, não passassem pela mesma coisa e tivessem seu parto normal. Principalmente porque o primeiro pode definir os partos de uma mulher para toda a vida. É fundamental que mulheres e médicos realizem 80% de partos normais em primíparas. E isso é totalmente possível. Só a OMS recomenda que apenas 15% dos partos sejam cesáreos. Então é uma meta viável, real e totalmente dentro da possibilidade médica. Mais do que as mulheres, os médicos precisam fazer isso porque eles fazem trocentos partos durante a vida, quando as mulheres fazem 1 ou 2, em média. Ou seja, eles precisam ser confiáveis PARA DAR A ORIENTAÇÃO CORRETA DURANTE O PRÉ-NATAL E O PARTO e fazer valer as recomendações da OMS e PARAR DE OPERAR MULHERES SEM NECESSIDADE OU SOMENTE EM ÚLTIMO CASO VOLTANDO A SER A CESÁREA UMA CIRURGIA DE EMERGÊNCIA.
Tá bom, ficamos assim: eu defendo escroques e nunca fui sacaneada por médico. Falou, então.
ah, carol…
essa “discussão” pode ser interminável… rs
mas não resisto em insistir:
vc escreve que a literatura médica indica a cesárea em inúmeros casos. verdade. vc escreve q medicina não é ciência exata, e existem formas diferentes de tratar uma mesma questão. verdade tb.
MAS no caso da ana claudia bessa, pode ter certeza: a indicação de cesárea APENAS por causa da bolsa rôta há xx horas é uma indicação equivocada, não-baseada em nenhuma literatura médica honesta/confiável existente atualmente.
claro q a srta. bessa tinha o direito de procurar uma segunda opinião!
mas, veja, ela estava numa situação-limite, a hora do nenê nascer estava iminente, sua bolsa já tinha rompido, ela tinha investido (não só financeiramente, mas emocionalmente) meses numa relação de confiança com um profissional médico escolhido a dedo… nesse momento, pouca gente tem sangue-frio e consegue sair à cata de uma segunda opinião!!!
é nesse contexto q a indicação da cesárea é mais PERVERSA: a família já está muito envolvida para buscar uma segunda opinião!!!
e os médicos sabem disso! e se aproveitam, pode acreditar!!!
eu aposto o q vc quiser, juro: se a srta. bessa for até a clínica onde o filho nasceu e pedir pra olhar a ficha médica dela, vai estar escrito outra justificativa DIFERENTE DE BOLSA ROTA A XX HORAS.porque esse motivo, carol, assim, sem mais nada, não é justificativa pra cesárea, em NENHUM lugar do mundo.
sabe o q é pior? dificilmente a srta. bessa conseguiria PROVAR q a cesárea dela foi desnecessária, seja por conta do registrado na ficha médica dela há anos, seja por causa do pensamento comum “pq é q ela está reclamando, o bb está bem, não está?” e ainda “nós médicos, precisamos INTERVIR, senão o bebê não nasceria nunca…” – isso eles não poderiam saber sem tentar, mas não tentaram, não é?…
não desejo embates “pessoais”. sei q as opiniões podem ser diferentes.
mas o fato é q as cesáreas estão pululando em nossa sociedade ocidental a torto e a direito e a gente precisa, no mínimo, entender quando uma cesárea é realmente necessária, e botar a boca no trombone SEMPRE que se sentir lesada. quem sabe a história da ana não sirva para abrir o olho de outra mulher?…
bjs
a.
Ana,
Como disse logo no início, não estou aqui para debater obstetrícia e muito menos casos particulares que não conheço. E sim, acho que os obstetras indicam cesária para não precisar trabalhar de madrugada. Tudo isso é verdade. Acontece que eu também acho perigoso afirmar, ainda mais em um blog procurado como o do Roney, que a amniorrexe prematura (o nome correto para “bolsa rompida sem sinal de trabalho de parto”) é algo sem risco. Não é, não.
Então tá, vamos falar mediquês.
Os índices de óbito ou sobrevida com seqüelas em neonatos egressos de gestações que cursaram com amniorrexe prematura são significativos e, mesmo que o parto transcorra sem problemas, o índice de Apgar dos neonatos com amniorrexe prematura é freqüentemente mais baixo que o de outros bebês.
Aguardar um pouco é uma opção sim, mas algo em torno de 12 horas no máximo (sendo que a literatura médica fala em DUAS horas) e não “dias”.
O risco principal é o de corioamnionite (infecção da câmara âmnica = membranas e do líquido amniótico), que afeta diretamente a saúde da mãe e do bebê.
Os riscos existem, são claros e descritos na literatura. O que não significa, é lógico, que toda criança nascida com bolsa rompida deus sabe lá a quanto tempo desenvolverá seqüelas, morrerá ou nascerá com saúde pior.
E isso não significa, mais uma vez, que eu estou defendendo A ou B, ainda mais pessoas que eu não conheço.
Agora, me desculpe, mas é leviano afirmar que os riscos não existem. Naturalmente, como em tudo nessa vida, é necessário analisar milhares de outras circunstâncias para se tomar uma decisão.
E, novamente, isso não significa que eu ache médico bonzinho ou muito menos defenda escroques.
Desejo saúde a todos, de coração.
E olha, sério, cansei.
cesária não, sua anta. CesárEEEEEa.
Outro detalhe: meu filho nasceu com apgar 8/9. Isso não é apgar emergencial ou baixo como você citou.
E vc não defende escroques, Carolina, vc defende a excessiva medicalização do parto. Como a maioria. Quando na verdade o parto é um acontecimento fisiológico e natural e tenho certeza, que se bolsa rôta fosse motivo indicativo de cesárea de emergência, a humanidade estaria extinta porque bolsas rompiam bem antes da cesárea existir…
;0)
E ninguém falou que bolsa rôta é algo sem risco, só falei que minha cesárea foi prematuramente indicada. Mas parece que você não quer entender o que foi dito: NÃO HAVIA SINTOMA OU INDICAÇÃO DE SOFRIMENTO DE NENHUM TIPO NEM DA GESTANTE NEM DO BEBÊ. AINDA.
Pode ser que houvesse, sim!
Pode ser que terminasse em cesárea, sim!
Mas nunca saberei, porque fui operada sem estar em situação emergêncial.
Como se arrancassem seu seio porque sua família tem histórico de tumor e pode ser que você venha a ter alguma coisa. Para prevenir, arranca mesmo sem você ter nada ainda! Inclusive, já tem médico fazendo isso.
E sim, procurei segunda opinião, mas só encontrei portas fechadas porque não tive muito tempo para ficar procurando. Acho que não preciso explicar porquê, não é? 80% de cesaristas concordariam com ele…
Assim como você….
que acha que nunca foi sacaneada por médicos. Talvez não tenha é se dado conta, como a maioria.
Bom descanso.( AH…ESSE NEGÓCIO DE SENHORITA BESSA É RIDÍCULO, FRANCAMENTE…RS…)
ANA, TENHO COMIGO A FICHA E ESTÁ COMPLETAMENTE INCOMPREENSÍVEL. SERÁ DIFÍCIL ENTENDER TAMBÉM PORQUE MÉDICOS, PROFISSIONAIS TÃO PREPARADOS E DOUTORES TEM LETRAS TÃO FEIAS E ILEGÍVEIS?
MÉDICOS PRECISAM TER CADEIRA DE CALIGRAFIA NA UNIVERSIDADE, ALÉM DE ÉTICA, FIOLOSOFIA E HUMANIZAÇÃO.
A web como instrumento de reclamação é completamente plausível. Vê-se que os orgãos que podem nos defender se perdem numa burocracia brutal que nos aprisiona e nos faz entender que mesmo utilizando-os requerer uma ação através de ações institucionais é quase impossível. O Brasileiro é tido como passivo diante de situações como essa, precisamos nos manifestar e lutar contra a censura digital, que não atinge só aos blogueiros mas a todo um núcleo de pessoas que utilizam a internet. Chegou a hora de sentar, chegou a hora de agir. #Força pra vcs Cláudia e Roney
Em 2007 ou 2008 saiu um artigo em um jornal (JB ou Globo, eu acho) apontando justamente que uma parcela ínfima dos médicos que são denunciados no CRM chegam efetivamente a ser punidos.
Ir à justiça me parece exagerado quando se trata apenas de um atendimento que não gostamos então nos restaria o direito de comentar com os amigos que não gostamos do atendimento deste ou daquele profissional, desta ou daquela instituição.
O ideal seria que nossas reclamações pelos órgãos oficiais surtissem efeito, mas na falta delas precisamos ter o direito de opinar.
E mesmo que haja outras vias de reclamação persiste o direito de opinar!
Gostei do “Chegou a hora de sentar” afinal a mobilização online acontece diante de telas, mas não tem nada de acomodada 🙂
Caros blogueiros,
Sei que todos têm idéias pré-concebidas sobre este assunto e, muito mais, experiências pessoais a relatar. Só que, nestes casos relatados, o que realmente aconteceu foi um relacionamento profissional-paciente de má qualidade, por vários motivos. Quando isso ocorre, não é diferente de nenhum relacionamento humano em qualquer outra situação. Apenas em raras situações extremas a responsabilidade do problema é apenas de uma parte. Na maioria das vezes, é uma via de mão dupla. Exemplo rápido: o caso mais comentado, do parto supostamente mal indicado. Na verdade, a informação tecnicamente correta não foi citada aqui. Algumas opiniões foram divergentes, mas ninguém citou fontes, apesar de alguns falarem sobre “o que todos sabem.” A informação real é que indicar a interrupção do parto após determinado tempo de bolsa rota é rotina em muitos centros médicos. O verdadeiro motivo não é apenas possível sofrimento fetal, mas a alta incidência de infecção no feto. O portal do Ministerio da Saude tem informações disponiveis: http://bit.ly/7RwkZa (url reduzida). Assim, a indicação do parto neste caso não necessariamente foi errada, como a paciente se queixa. O erro de interpretação dela, porém, levou a uma insatisfação bem real. Isso mostra a fragilidade do diálogo entre as pessoas de uma forma geral: este tipo de mal-entendido pode (e ocorre!) mesmo entre pessoas que se conhecem há décadas, como casais. Também o caso descrito pela blogueira processada. Sem querer entrar em detalhes jurídicos ou morais, o conjunto de sintomas e sinais descritos com detalhes pela paciente é bem típico, e um médico experiente saberia de imediato do que se tratava. Muito se romanceia sobre o tempo de atendimento dos médicos, e muitas piadas já foram feitas.Todavia, é inegável para qualquer um que um médico que perde 30 minutos examinando minunciosamente uma paciente para depois não saber chegar a uma conclusão não tem nada de melhor que um que mate a charada em 30 segundos. Extremos à parte, mesmo eu, apenas lendo as linhas deste blog, pude concluir qual é o provável vírus que a paciente tinha (é óbvio que um rápido exame físico aumentaria o grau de certeza) e posso afirmar categoricamente que a conduta proposta pelo profissional teria sido bem mais coerente do que a automedicação da blogueira. Apesar dela aparentemente estar “ciente” dos riscos dos corticóides (dependem da situação e costumam ser toleráveis em curto espaço de tempo e doses baixas), ela submeteu-se a riscos que sem dúvida ela não conhece ao fazer uso de amoxicilina. A blogueira não tem culpa de nada, na verdade, salvo a imprudência que demonstrou, mas avaliou incorretamente o médico, pois achava que somente uma demorada consulta descobriria seu problema. Na verdade, porém, ela já chegara ao médico com a idéia pré-concebida de usar antibiótico e, como ele não agiu de acordo com sua idéia inicial, concluiu que o médico estava errado. Para mim, nem blogueira nem médico erraram, mas não discutirei o veredito da justiça. Este tipo de situação é lamentável e põe em risco a medicina – semeando desconfiança nas pessoas e desmotivando os bons médicos (capazes de fazeer diagnósticos em 30 segundos) que acabam fugindo do atendimento nos consultórios e emergências. A culpa de tudo, na verdade, está em como nosso sistema de saúde está estruturado. Médicos de família, por exemplo, conhecidos há anos pelos clientes, não teriam problema nenhum em diagnosticar e tratar “inflamaçõezinhas”de garganta sem despertar a ira de pacientes desconfiados. Uma relação sólida de confiança não pode ser construída na tempo que demoram alguns diagnósticos rápidos, e é aí que erram tanto médicos quanto pacientes. Um excelente dia para todos.
Helder Felix
Medico pediatra (não faço consultorio por escolha, embora seja muito requisitado)
Parabéns, Dr. Helder. Foi altamente preciso na definição da relação médico-paciente. Os meus – de novo – mais sinceros parabéns ao senhor!
Abraço!
Antes de mais nada é interessante notar que só podemos ver essas explicações porque pude publicar o meu post.
Creio que a questão não é se o médico estava certo ou errado em seu diagnóstico, mas o nosso direito de alertar os outros para atendimentos que não gostamos.
A clínica onde ele trabalha é foco de dezenas de reclamações similares, recentemente uma amiga foi diagnosticada com sinosite, mas felizmente sentiu a mesma insegurança que nós e buscou uma segunda opinião descobrindo que tem câncer.
No momento que somos proibidos por lei de dizer: “Não gostei desse atendimento” ou “Esse médico nessa clínica cometeu esse erro médico” estamos sendo obrigados a nos aliar aos maus médicos e clínicas mal adminstradas garantindo-lhes o anonimado.
Essa situação desfavorece antes de mais nada os bons médicos como tantos que conheço. Creio inclusive que bons profissionais deveriam se aliar aos pacientes que querem o direito de alertar para os maus profissionais. Não estamos falando de um mecânico de carros, mas de pessos que carregam nossas vidas nas mãos…
Vou acrescentar mais um causo procês..hehe.
Em 2008 fui diagnosticada com uma endometriose enorme e que deveria ser operada. Por destino, talvez, no dia da operação eu estava no hospital e o plano de saúde deu pau. Depois disso sempre surgia um empecilho pro tal ocorrido. Resolvi buscar outra opinião e a outra ginecologista tb afirmou ser a mesma coisa e que precisaria de cirurgia, mas não seria de tanta pressa. Protelei, então. Esse ano, não satisfeita com outras informações advindas desta segunda médica em outras consultas comuns, fui a uma 3ª que me deu um resultado surpresa. PErguntou como poderia alguém me diagnosticar tão precisamente sem ao menos pedir uma ressonância? (só haviam pedido ultra-sonografia). Disse que podia nem ser isso e me passou um remédio como tratamento, explicando que cirurgia deve sempre ser a última opção.
Fico me perguntando: como chegamos ao caos que vivemos hoje? “Profissionais” ruins sendo formados a toque de caixa (não só médicos como em especialidades primordiais – professores que escrevem português errado, por exemplo).
Também me questiono com relação ao acontecido com a amiga e xará Claudia, no seguinte:
1) Ainda não existem leis para internet, então, como pode um juiz deferir a esse respeito?
2) Se isso foi passível de processo, pq nada acontece qdo alguém escreve para um Globo da vida reclamando de algum serviço? Seriam 2 pesos e 2 medidas? Preconceito com internet / blogs?
Bom, valem os questionamentos, não?
Cara Claudia,
Meu interesse foi despertado por este blog, uma vez que tem muitas opiniões demonstrando as idéias que permeiam os conflitos entre médicos, pacientes, diagnósticos e tratamentos. Mais uma vez, no seu caso, ocorreu o que eu chamo de “friendly fire” entre pacientes e médicos. Você não é médica, tampouco especialista, logonão tem obrigação de saber quem estava mais correto. No entanto, como sempre é a tendência inconsciente (ou consciente) da maioria, optou por aceitar como certo o último veredito (que inconscientemente ou não talvez lhe parecesse mais ameno) e rejeitar os outros como falsos. Também no seu caso existem informações conflitantes, mas sem fontes verificáveis. Não sou ginecologista, mas posso dizer-lhe que nem ultrassom nem ressonância são exames definitivos para o diagnóstico de endometriose. O exame considerado padrão ouro na literatura é a videolaparoscopia. Além disso, a endometriose é uma doença frustante para a medicina (como muitas, infelizmente) cujas causas não são bem conhecidas e cujo tratamento é insatisfatório em muitos casos. Desconfie de quem lhe oferecer cura fácil para endometriose, seja cirúrgica ou com medicamentos. Infelizmente, existe uma grande variedade de níveis de capacitação e formação técnica entre os profissionais da área da saúde, mas não é nada que também não ocorra em outras áreas. A grande luta não deve ser na área legal, mas na área da educação. Exija dos governantes melhores leis regulatórias sobre os cursos da área da saúde e você terá mais profissionais responsáveis e bem informados. Um excelente dia para você.
Helder
Pediatra
Ex-professor de Farmacologia para Curso de Medicina (deixei por opção, pois escolhi cuidar de uma clientela para a qual eu tive que me dedicar 100%)
Pelo que entendi a endometriose foi curada com os medicamentos, aliás, o mesmo aconteceu com uma amiga minha que foi aconselhada por várias clínicas particulares a retirar o útero. Sem dinheiro para as despesas ela procurou um hospital público que a curou com remédios.
Os nomes das clínicas particulares não podem ser citadas pois, e esta é a questão, estão protegidas pela lei… Da mesma forma que a clínica onde um amigo meu trabalhou como médico e de onde ele pediu demissão depois que o dono lhe instruiu a não curar um paciente porque ele era particular.
Você entende o que está acontecendo?
As pessoas comuns estão sendo vítimas de sucessivos casos de descaso e erro médico, mas nada podem dizer! Resta-lhes apenas ir ao CRM ou à justiça, mas além disso parecer uma atitude muito mais prejudicial contra um médico que estava apenas em um mau dia, já foi noticiado nos jornais que a grande maioria das denúncias acabam em pizza.
Se o nosso direito de consumidores fosse garantido online os bons médicos não teriam o que temer e ainda ganhariam conforme os maus médicos passassem a ser responsáveis ou se retirassem da profissão.
Ao contrário do Helder, vou ser um pouco menos eufêmico. A maioria dos comentários aqui é de uma leviandade absurda. Vocês não apresentaram NENHUM caso de erro profissional nesses relatos. Apenas expectativas frustradas de leigos que achavam uma coisa e obtiveram outra. Vocês estão ERRADOS. A começar pelo post, que descreve um cenário prático que é extremamente frequente e é uma tortura psicológica para a maioria dos médicos. O sujeito chega com um quadro muito provavemente viral (e em medicina é assim, os diagnósticos são probabilísticos) e com a ideia fixa de tomar antibiótico. Como não consegue a receita, fica indignado e sai difamando o profissional. “Pelo que eu entendi, a endometriose foi curada com medicamentos”… que critérios de cura você usou para analisar o caso? Perguntou a quem, conversou com quem, leu o quê? Vão ESTUDAR, ter noção de lógica e ciência. Vão saber que premissas equivocadas levam a conclusões obtusas. Todos tem o direito de reclamar, contanto que com critério e sem prejudicar levianamente a carreira de gente séria. Está cheio de médico ruim por aí trabalhando tranquilamente por causa da ignorância da nossa população em reconhecê-los.
Ricardo
Médico especialista em sua área com título pelo MEC e AMB e com 6 anos de faculdade + 4 de residência.
Ricardo, a questão é que não, ninguém tem direito de reclamar nem de médico bom, nem de médico ruim pois a justiça não permite e a atitude de alguns médicos que não admitem crítica só piora a situação.
Minha recomendação atualmente é não reclamar, mas abrir imediatamente processo contra o médico que não tratou a pessoa bem.
Mais que o diagnóstico errado, o que vem revoltando os clientes dos médicos é que são tratatos sem respeito.
Agredir as pessoas dizendo que elas precisam estudar não favorece a imagem dos médicos.
Valem, sim, Cláudia, e aqui vão as respostas:
1) o meio de veiculação não interfere no ato (juridicamente). Se eu te ofender num lugar onde estejamos só nós dois, ainda assim há injúria / calúnia / difamação (varia com o fato ou ação). E mais: pouco importa se o teu site está hospedado na Eslovênia; você está citando um outro cidadão, você reside em território nacional, e o cidadão ofendido tem direitos equivalentes aos teus. Muita gente acha que internet é uma terra sem lei, mas não é. Algum animal falou isso, mas ninguém sequer vai em busca das fontes; aí fica difícil ter base pra opinar.
2) De onde você tirou que ‘nada acontece’? Se for ato lesivo, acontece sim. O que acontece é que se alguém fala mal da minha empresa pra um jornal de TV qualquer, quem é processado? Normalmente a rede de TV, porquê eles tem como moderar isso (tal qual os comentários de blog), mas raramente se processa o acusador; isso também se deve ao fato do povo querer ficar rico em cima de indenizações – atitude típica de um povo que quer levar vantagem o tempo todo, até quando se ferra. Prova disso é o Danilo Gentili (CQC), que já anda cheio de processo nas costas – e as acusações não são dele, são? Alguém por acaso processa o roteirista do programa? Duvido.
Se fala muito, mas pensa-se muito pouco nesse país; aí fica difícil.
Bem, não vejo ofença, calúnia ou difamação no post que foi o pivô desse meu artigo, vejo apenas o direito legítimo de opinar: Fui tratado assim e não gostei.
Concordo com você que a Internet não é uma terra sem lei afinal é justamente o contrário que temos visto: todas as leis quando aplicadas à Internet são várias vezes mais rígidas do que fora dela.
Quando a Globo expõe um mal médico no Fantástico ela é processada? Se ela filma uma clínica de aborto será premiada, mas tenho certeza de que se um blogueiro ficar o mesmo ele será condenado a indenizar a clínica ilegal.
O grande problema que se tenta demonstrar aqui é que, sob pretexto de evitar o crime online estamos sendo castrados dos nosos direitos básicos de opinar e reclamar legitimamente.
Pergunto: ela ao menos falou para o médico o que ela pensou dele? Não? Então foi covarde, agiu de má fé, deu uma de ‘fofoqueira’. Não quis mais que um assunto a comentar, um burburinho pra gerar.
Blogueiro no Brasil pegou mania de achar que tem que ser protegido por lei pra falar a merda que quiser. Fale o que quiser, ache o que quiser, mas arque com as conseqüências legais.
E olha o TAMANHO do erro: vários comentário aqui se basearam no fato de, pelo processo ter sido por difamação e não calúnia, dar-se por verdade o que foi dito. Calúnia e Difamação diferem-se na lei ÚNICA e EXCLUSIVAMENTE pelo fato da primeira ter o fato imputado classificado como crime (art. 138 do código penal); a segunda NÃO TEM a verdade como premissa. Ou seja, o que ela falou do médico não é crime – e talvez nem verdade seja – apenas o imputou fato ofensivo à sua reputação (art. 139 do código penal). E aí, as pessoas que basearam seu comentário nisso foram simplesmente aquelas que leram um outro comentário e tomaram isso por verdade.
Quando você escreve pra quem não sabe ler – nesse caso, sequer busca as fontes – o problema é esse: um grande telefone sem fio, o que na internet é muito pior, dado o alcance.
Lamento informar os senhores revoltados com a justiça, mas desta vez, ela agiu corretamente, nos termos da lei. E se querem saber mais, notem inclusive que a pena para difamação também é detenção de 3 meses a um ano.
Consultem, pesquisem, antes de sair falando tudo que vem à cabeça – ou pior, seguindo idéia de alguém que não tem idéia do que está falando, baseado só em achismos.
O que muitos disseram aqui é justamente que que não concordam com a lei e que deve existir o direito de opinar. O que o texto do post fazia era descrever o atendimento (descrição que foi considerada fidedigna de acordo com o médico, basta você ler o processo) e meramente opinar que não concordava com o diagnóstico considerando-o apressado e mal embasado.
Imagine-se na mesma situação: você chega vulnerável ao médico, sente-se mal tratado, busca outro médico ou arrisca a auto-medicação. Você sabe que seus amigos podem cair no mesmo médico, crianças podem ser tratadas por ele. Você se cala? Você não comenta com os amigos “ontem fui num médico tal e não gostei”? As pessoas que você não conhece pessoalmente não merecem ser avisadas para fazer seus próprios julgamentos? Se você fala com seus amigos você liga para o médico para dizer que está falando dele?
O fato é que publicar em meio de alta disponilidade uma informação (inclusive com o CRM do médico) e NÃO INFORMÁ-LO disso é altamente desleal.
Há o direito de opinar; mas há o direito de opinar direito. Ela deu direito de resposta ao médico? Não. Ele jamais saberia da existência do blog dela. Ela exerceu o direito de opinar, mas foi desleal na forma de fazê-lo.
E mais: o que tem a ver a auto-medicação com o atendimento? Ela o fez por sua conta e risco, se ela se arriscou dessa forma, deveria saber o que está fazendo. E pela declaração dela no post (“tendência a infecções”) eu faço aqui – não baseado em conhecimento médico, mas no texto dela – uma idéia de que ela é razoavelmente hipocondríaca. Vai culpar o médico pela auto-medicação dela? A paciente é inconsequente e a culpa é dele?
Eu comento com meus amigos quando um médico me trata mal. Mas os meus amigos estão todos ali pra ouvir, e eu sempre reclamo quando sou mal atendido. Se ela teve coragem de publicar num blog, de forma ‘revoltada’ a sua decepção com o médico (que nem sei por qual motivo procurou, já que ela já ia se entupir do remédio que ela escolheu, de qq forma), pq não teve coragem de falar para o médico?
Ah, pq ela queria o remédio e ele não receitou, né? Não deu coragem, né? Uhm…
Brasileiro tem que parar de ser melindrado. Só isso.
Querer comparar o boca-a-boca de conversas com amigos com a publicação de uma opinião particular, divulgando inclusive dados pessoais de alguém, é no mínimo leviano, pra não dizer ridículo. A diferença de alcance é absurdamente menor, e eu não ligo pra ele pra avisar que estou falando dele, mas reclamo na hora, coisa que brasileiro acha ‘feio’ fazer.
Acha feio por dois motivos: primeiro, pq acha que tem ‘sempre’ razão, não aceita ser contrariado, acha que médico é igual quitandeiro; e segundo, porquê geralmente não tem razão quando reclama, queria um ‘afago’ e não recebeu; exige mais que aquilo que pagou pra receber, feito criança mimada.
E o seu relato do post dela é simplista:
“meramente opinar que não concordava com o diagnóstico considerando-o apressado e mal embasado.”, e você bem sabe que não foi nesse nível que o post dela foi feito. Se você diz que acredita nisso, ou você está mentindo pra mim, ou pra você mesmo. Não sei qual é pior.
Abraços!
Hummm… Você emite várias opiniões agressivas e difamatórias contra a blogueira aqui, você a avisou? Se ela achar essas opiniões terá o mesmo direito de processá-lo e exigir reparação financeira pela injúria, difamação e até calúnia se ela puder provar que não é hipocondríaca por exemplo.
Se ela me solicitar o seu ip ele será fornecido.
Concordo com você…
essa mulher parece hipocondríaca mesmo.
Ela queria tomar antibioticos e ele não deu.
Por isso gerou a revolta.
Conheço a mulher… Ela estava sofrendo muito e queria ser curada o que só aconteceu com uso de antibiótico que ela teve que tomar por conta própria já que o médico mal olhou para a cara dela…
Faltou ao médico, como parece faltar a vc, o mínimo de empatia com o próximo… Lamentável… Pelo menos, se você não é médica, seu erro só causará dor, os de médicos podem causar danos permantentes.
Caros blogueiros, caro Roney,
Em primeiro lugar, devo dizer que esta será minha última intervenção neste post de um blog que me parece excepcional. Gostaria apenas de acrescentar, neste tópico tão comentado e que sempre gera uma discussão muito ampla e frutífera, algumas idéias adicionais. Roney, suas palavras foram muito importantes, talvez o mais importante de todos os comentários aqui feitos: realmente, sem liberdade de expressão, nem eu, nem ninguém teria exteriorizado suas idéias. Evitei fazer comentários sobre o veredito da justiça não por concordar com ele: pelo contrário, eu sou contra atitudes que cerceiem a liberdade de expressão. Seria contraditório não sê-lo. Também sou contra atitudes arrogantes de quem se acha dono da verdade. A verdade não é prerrogativa de ninguém, e nós até podemos nos aproximar, através do estudo das evidências, de uma certa qualidade da verdade, mas nunca podemos impor autoritariamente nossa visão como a única. Por isso, da mesma forma que critico colegas médicos que incorrem em verdadeira má prática, critico também pacientes desinformados que fazem acusações baseadas em senso comum e em suas convicções pessoais. Existe um certo romantismo em defender-se um “pobre paciente” contra o “vil e cruel doutor” e esta esteriotipação não ajuda realmente os pacientes. Também concordo que as leis brasileiras beneficiam a invisibilidade dos verdadeiramente culpados, mas isso vem de todo um contexto social, e a impunidade não tem casos restritos à área da saúde. Volto a reiterar minha opinião principal, que é a que eu gostaria que ficasse: antes preparar bem os médicos e outros profissionais da saúde, dando-lhes parâmetros éticos para seu comportamento e capacitação técnico-científica, do que apagar as fogueiras ateadas pela imprudência de um sistema mal-estruturado e por profissionais à deriva, sem um norte. Eu me solidarizo não somente com os casos aqui publicados, como com muitos outros de que ouvimos falar, mas gostaria de apontar que, muitas vezes, o que ocorreu não foi um verdadeiro erro médico (a má prática, com má intenção), mas um relacionamento médico-paciente problemático, onde não falta a culpa de ambos. Creio que esta foi a essência do caso que culminou no excesso de uma sentença judicial (a qual teria sido evitada se ambas as partes tivessem dialogado mais, tenho certeza). Também creio que isto pode ter ocorrido no caso da Cláudia e peço ao Roney que tenha muito cuidado com a avaliação dos meios a partir de seus fins (no caso os resultados). Nem sempre resultados (ou fins) justificam os meios, como a história humana é prenhe de exemplos, a maioria fora da área da saúde. Existem evidências que norteiam a boa prática médica e, neste caso, vale uma consulta à bibliografia, pois nem sempre um ou alguns casos de sucesso bastam para comprovar um procedimento médico qualquer. Por último, peço tolerância a todos os blogueiros e moderação quando tecem críticas dirigidas à pessoas específicas, pois o respeito mútuo é que nos fará construir um diálogo equilibrado. Iniciar um fogo no meio da floresta é imprudente. Um parabéns ao Roney pelo blog excepcional e a todos que contribuem com ele. Um abraço a todos!
Helder
Pediatra (com orgulho, mesmo tendo escolhido – por hora – não atender consultório nem ensinar, pois meus clientes atuais exigem minha dedicação exclusiva!)
Roney, sobre a tua pergunta sobre avisar ou não sobre este post, a resposta é sim. O mesmo post que fiz aqui explicando a diferença entre calúnia e difamação está feito no blog dela.
E se você ler direito o texto, vai ver que não omiti opiniões sobre ela, mas sobre o relato dela, em que ela descreveu suas atitudes frente a doenças ou mesmo quanto à forma que ela se auto-medica. Tudo isto está escrito no texto dela, não no meu. Repito: você está sendo simplista.
E mais: você obviamente não leu o texto que eu escrevi, ou não teria dito isto: “injúria, difamação e até calúnia se ela puder provar que não é hipocondríaca por exemplo”, salvo se você quiser continuar se enganando e confundindo com os conceitos calúnia, injúria e difamação.
E a minha única ‘agressão’ aqui é não concordar com sua opinião ou com a maioria de seus leitores. De resto, não há nenhuma. Uma certa dose de energia nas palavras, ênfase, mas não agressão. Quando eu digo que brasileiro é melindrado, falo porquê só vejo esse tipo de atitude de querer estar ‘acima da lei e de todos’ aqui. Em nenhum outro lugar vejo esse tipo de atitude, é uma coisa nossa, e que seria de muito bom gosto limpar.
Não tenho nada contra nenhum dos dois blogueiros, até porquê não os conheço; mas discordo das atitudes deles, e aplicou-se a lei ao condená-los. É isso, APLICOU-SE A LEI. Mas as pessoas só acham a lei boa e bonita quando ela julga a quem nos atinge, e não quando somos atingidos. É por isso que chamo brasileiro de melindrado.
E repito aqui o que disse no blog dela e nos outros que tratam do assunto: quase todos os blogs (inclusive este) que falam sobre a condenação dela e do Emílio e que gritam aos quatro ventos que temos de ter liberdade de expressão, moderam seus comentários – e inclusive negaram algumas das minhas opiniões contrárias às dos respectivos donos (o que não foi teu caso). Liberdade de expressão no dos outros é refresco.
Vc tem o link para o post da blogueira onde vc deixou seus comentários?
Muitos blogueiros não aprovam comentários por medo. Eu mesmo não devia ter aprovado os seus pois se a blogueira em questão decidir abrir um processo ele será contra mim que sou o dono do blog e permiti o comentário e não contra você. E se ela fizer isso eu vou perder, tenho certeza.
É natural que os blogueiros em geral tenham medo de liberar certos comentários e além disso eles tem todo direito de exercer a liberdade de expressão deles. Se você quer falar livremente como eles crie seu próprio blog em vez de usar o dos outros.
É minha prática aprovar todo e qualquer comentário que não me pareça criminoso, mas estou passando a não aprovar qq comentário que fale de terceiros. Seu caso foi uma excessão pois estou seguro que a blogueira não me processará por qualquer ofensa que ela tenha sofrido aqui.
Sabe, tenho certeza que seu ela abrir um processo contra você por calúnia, injúria e difamação ela ganha. O que você acha de fazermos essa experiência? Mande seu endereço e demais dados por favor para ficar mais fácil abrir o processo.
Se voce for condenado estará provado que praticamente qualquer opinião postada em blogs é reprimida pela justiça deixando claro que está havendo repressão da liberdade de expressão.
Repito: Calúnia, Injúria e Difamação são três coisas diferentes. Eu não vou mais repetir isso, porquê esta conversa está se tornando inútil e eu não quero ser grosseiro.
Se você acha que o meu comentário foi criminoso, essa é uma opinião sua, sobre a qual não tenho qualquer influência; discordamos também nisso. Como no post anterior eu disse, digo agora: meu único crime é discordar de vocês, como se isso fosse incomum ou fosse arrogância pensar diferente de alguém. E ainda que o fosse, crime não seria.
Se os blogueiros têm medo de liberar certos comentários, também precisam entender que as pessoas têm o direito de temer pela sua reputação; compreender que não pode haver dois pesos e duas medidas. “Falo o que quero, mas só ouço o que me apetece” é uma incoerência que vai completamente contra o que vocês mesmos pregam: a liberdade de expressão.
O que se reprime é o abuso da liberdade, e com isso eu concordo, concordei no caso da blogueira em questão e concordarei sempre.
Se eu quiser falar livremente, crio um blog, ok; mas se falam livremente DE MIM em algum blog, eu tenho todo direito de responder, me defender, certo? E isso foi negado ao médico dela.
E acho que você ‘tem certeza’ de muita coisa que não pode garantir, ainda mais que está confundindo os conceitos desde o início. E não falo de confundir por ignorar, mas por tomar uma parte de verdade como todo, e dela fazer uso para uma conclusão juridicamente manca.
Leia, procure se informar sobre o assunto sobre o qual ela foi processada; é algo que poucos fazem, apesar de ser tão importante conhecer a legislação de onde vivem. Seja legal – no sentido jurídico da palavra – e aí conversamos, sem problemas. Até lá, isso aqui perdeu o sentido: você não vai mudar minha opinião, nem eu a sua.
E não vou comentar sobre você pedir meu endereço, porquê você simplesmente parece ter perdido a cabeça, ficado nervoso ou algo do gênero. Você sabe tanto quanto eu que isso não tem o menor cabimento: a não ser que eu quisesse incomodação de graça, aceitaria uma provocacão pífia e postaria meu endereço num blog público.
E nem toda opinião é reprimida pela justiça: só as que se caracterizam injúria, difamação ou calúnia, ou que notoriamente baseadas em fatos falsos que possam causar clamor público indevido (isso está na legislação, pode procurar).
Peço, novamente, que não se revolte por alguém não concordar com você ou com os seus. Se você quer liberdade para falar, deve saber que ouvir também faz parte do processo, não se pode usar dois pesos e duas medidas.
Defendo teu direito de falar o que quiser, mas se é pra falar qualquer coisa sem medo, bloqueie o blog para acesso apenas a convidados. Seria uma atitude sensata. Para expressar opinião você não precisa do mainstream.
Abraços!
Vc pode mandar seu endereço só para mim pelo memedecarbono.com.br/contato.
Aparentemente você crê que “blogueiro” é um tipo de grupo organizado e isso não faz qq sentido. Os blogueiros não querem liberdade de expressão. Tem blogueiro ateu, de extrema direita, de extrema esquerda, anarquista, religioso, que só posta letras de músicas, que não aceita comentários, que só aceita comentários que os agradam, que só aceitam os que desagradam… Blogueiros são pessoas. Vc devia ser um blogueiro e de certa forma é mesmo já que bloga nos comentários de outros.
O que eu achei absurdo não é você discordar, tanto que não estou argumentando a respeito das opiniões do Helder, mas sim de você dizer que é crime a blogueira dizer que não gostou do atendimento do médico X, mas não é crime você chamá-la de fofoqueira, covarde e hipocondríaca. E fiquei com a impessão que você fez comentários similares em outros blogs.
O que faço se ela vier aqui me processar por ter autorizado os seus comentários?
Vendo todos os casos de blogs condenados por liberar comentários ofensivos tenho certeza que eu seria condenado também, mas como você está bastante seguro de que o que fez não constitui crime gostaria que você usasse o meu formulário de contato (memedecarbono.com.br/contato) para fornecer seus dados e assim eu possa identificá-lo se vierem me processar.
Aliás você agride todos os blogueiros e temo que qq um que se sinta ofendido possa me processar. O que eu faço?
Onde escrevo ‘omiti’, leia-se ‘emiti’. Escrever com pressa dá nisso.
Abraços!
Acho que chegou no limite de replies naquele post, então vou postar por aqui mesmo, elencando de forma mais simples pra não perder muito tempo:
– Usei o termo ‘blogueiro’ no contexto que está sendo dado ao termo nesse assunto: um (tipo de?) indivíduo que não tem responsabilidade contratual com ninguém com relação à origem dos fatos ou quanto aos danos que possam causar. Alguém que escreve e publica sobre o que bem entender, sem a pretensão de vender o que escreve. Eu não acho que blogueiros sejam um grupo organizado, mas olhe ao seu redor e verá que já alguns inclusive se elencam como classe. Virou uma espécie de clube do bolinha, apenas isso.
– Crime não é ela dizer que não gostou do atendimento do médico, é fazê-lo de forma desleal, sem ter dado a ele direito de defesa ou a plena informação. E foi isso que eu disse cima, e não da forma como você citou.
– Há uma grande diferença entre julgar um atendimento ou uma atitude e julgar uma pessoa. O que não parece sensato é as pessoas tratarem como meme ou guerrilha o fato de uma pessoa abalar a reputação de outra – ainda que tenha sido mal atendida. Não julgo o atendimento, mas a opinião dela foi altamente parcial e sem base técnica (o que é óbvio, é um blog).
– Por favor, não cite as palavras que usei fora de contexto. Isso é baixo. Tem muita coisa nos meus textos explicando essas palavras. Se alguém ataca pelas costas sem direito a defesa, é covardia. Se alguém espalha coisas pra todo mundo simplesmente pra causar discórdia, isso é fofoca. Se alguém se entope de remédio única e exclusivamente por vontade própria e sem base técnica, é atitude imprudente de auto-medicação, forte indício de ser esta uma pessoa hipocondríaca. Essas são explicações exclusivamente sobre as palavras, completamente alheias ao texto. Compare com o que eu escrevi e veja a diferença.
– Mostre onde eu agredi ‘todos os blogueiros’ (que até agora não eram uma classe…) e eu me retrato com muita paciência e respeito. Eu não considero agressão uma divergência de opiniões sobre aplicação clara de uma lei que por acaso vem atingindo um conjunto específico de pessoas (estejam elas organizadas ou não). Se isso é agressão, peço desculpas de imediato. Quando fui neurastênico aqui, chamei o “brasileiro” de melindrado – e de fato a maioria o é, ande nas ruas à vontade e veja – e não os blogueiros em geral. Cada um com suas atitudes.
– Não fiz comentários similares em outros blogs. Fiz iguais. Copiei e colei o primeiro comentário acima, depois que essa história virou meme e eu não consegui ficar quieto. Deveria, pelo visto, já que essa discussão (?) não vai levar a lugar nenhum.
– Não blogo, mas já bloguei, ainda que há muito tempo atrás. E sim, eu entendo que blogueiros são pessoas, e é por isso que bato na tecla que devem ser tratados exatamente como todos os outros. Com justiça. Se sobre um blogueiro pesa o rigor da lei, que pese exatamente como pesa em qualquer outro cidadão. O fato de ‘blogar’ não dá a ela o direito de falar o que bem entende, percebe?
– Se queres meus dados (ou mesmo continuar essa conversa, apesar do seu tom de ameaça em alguns momentos e o notório nervosismo / irritação) por favor me contate por e-mail e conversamos, pois não respondo mais um post que está chegando quase ao nível de “trollagem”. Passei da idade de tentar convencer alguém de alguma coisa. Chegamos num ponto em que, pelo visto, argumentos e fatos não têm valor algum na discussão.
– Você afirma e tem certeza de muita coisa que sequer pode ser averiguada com muita facilidade. “Vendo todos os casos de blogs condenados por liberar comentários ofensivos tenho certeza que eu seria condenado também (…)”. Não te julgo pela precaução, e até acho que tens razão em se preocupar com isso, afinal você traz opiniões a público; no entanto, peço que me aponte mais de 3 casos de blogs condenados por liberar comentários ofensivos. “Todos”, “muitos”, é tudo muito vago. Como tamanha certeza da condenação? As coisas não são assim tão simples. Você, até onde vi aqui, apesar de certo nível de nervosismo – talvez por precaução – tem sido muito respeitoso e correto, no teu lugar eu não teria tanta certeza assim.
Não te ofendas. Se discordas de mim, não te tornas melhor, apenas vemos as coisas de pontos de vista diferentes, e respeito teu ponto de vista; porém, isso não pode ser motivo para rechaçar alguém, e teu tom de ameaça não é saudável. Nem pra mim, nem pra você. Discussões, conversas, tudo isso é saudável. Um ‘tapa na cara’ por intimidação destrói qualquer argumento. Basta apenas que cada um respeite a opinião do outro e saiba ouvir (no caso, ler). Isso sim é, de fato, muito simples. E pra isso não temos (blogueiros ou não) classe.
Abraço!
Parabéns! Você, na minha opinião, é a pessoa mais sensata entre os comentários que li. Não foi arrogante, nem desrespeitou ninguém. E o mais importante, não teve a necessidade de ameaçar.
Junto ao Helder, seus comentários foram os mais sensatos que já li sobre o caso, Leo. Parabéns. E é bom esclarecer: o blogueiro só ficou nervoso porque a mulher processada pelo médico é a esposa dele. Então releve a cabeça quente do rapaz.
Concordo plenament com tudo que vc falou, na verdade quem deveria ser processado por incompetência, por descaso, por arrogância, é essa classe medica que só sabe enganar o povo (vide reportagem do fantastico sobre comisões de farmacias de manipulação) .Uma vergonha, acho que chama-los de burros, é uma afronta ao nobre animal.
Só temos que tomar cuidado para não generalizar, conheço ótimos médicos, advogados e certamente há bons políticos que certamente sofrem mais do que nós vitimados por profissionais incompetentes que sujam a reputação de toda uma classe.
Muito bom o blog. Parabéns!!!
Obrigado! Se precisar dos serviços de um detetive já sei a quem procurar 😉