Normose: A indústria do Cringe

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Decidi retornar ao hábito de salvar aqui comentários extensos que faço em mídias sociais.

Meu comentário

Vou comentar de trás para frente, ou seja, do final para o início, bem, quase do final.

Os MBL e Balenciaga da vida podem acabar se queimando na própria estratégia, mas memes, além do sentido popular de “treco que viraliza”, também é um tipo de organismo cognitivo que se propaga e se instala na sociedade ou nas pessoas. né?

E, veja, nem acho que isso seja orquestrado por alguma organização reptilóide iluminati, isso é tolice, o que eu acho é que o caos em tempos de transformações muito intensas favorece o surgimento espontâneo desses organismos meméticos do caos que vão sendo aproveitados por quem, consciente ou incoscientemente, se anexa a ele.

Penso que quase todos entram nessa sem entender bem onde estão entrando, podem até achar que criaram o caos, mas não importa porque no final os memes do absurdo, da pós-verdade, do inimigo invisível, do colapso da moral, dos invasores satânicos ou reptilóides, da realidade mágica das Terras planas que serve de alimento para fanatismos religiosos, tudo isso acaba sendo alimentado e vai atrair novos surfistas do caos, vai sequestrar a atenção de novas e antigas vítimas, afinal o caos é um tipo de nave mãe de onde emanam delírios para todos os gostos.

Aí volto mais um pouco no vídeo e penso em como isso dominou as redes sociais mediadas por algoritmos porque eles são máquinas com uma capacidade gigantesca de detectar e direcionar o caos certo para cada pessoa. Tudo sem que sequer alguém tenha que estar conduzindo as cordas. Basta a ordem para a máquina “Capture o máximo de atenções pelo máximo de tempo”.

Por isso tenho defendido muito a separação entre redes e mídias sociais (a ideia não é minha, é de um dos pioneiros do marketing online, o Roberto Cassano).

O que vejo é que, quando entram os algoritmos, quando a plataforma é uma empresa como a Meta, o X, a Alphabet não tem jeito: a rede social vai se deteriorar em mídia social e os habitantes (tb acho que temos que ver esses espaços exatamente como isso, espaços não físicos, mas lugares de encontro e de convívio) são convertidos em produto.

Voltando ainda um pouco mais talvez tenhamos o ponto mais importante… não, mais importante não, mais necessário:

como lidar com isso?

Eu saí de quase todas as mídias sociais e fui me refugiar em redes sociais restritas a amigos nos Signal da vida e a única rede social aberta que sobrou, o Fediverso que, para quem não sabe, não tem, nunca terá algoritmo e não é empresa, não existe para lucro, mas essa utopia tá sempre sob ataque, né? Ele parece com a blogosfera, que acabou sendo corrompida ainda lá nos ancestrais anos 2008 +/-

Mas isso foi um abrir e fechar de parênteses.

Na verdade estou escrevendo pacas muito mais para ver se o algoritmo cai nessa estratégia boba de “se alguém passou meia hora comentando deve ter grande potencial de captura da atenção”. Se bem que a IA pode achar que ou outra IA, elas costumam dizer que meu texto é gerado por uma delas… Talvez meus amigos estejam certos sobre mim hehehehe, mas nego até o fim 😉

Saindo dos parênteses…

Como criar conteúdo em mídias socais que ajudem as pessoas a se vacinar contra a contaminação desse caótico organismo memético se os algoritmos acabam nos obrigando a falar a linguagem deles para obter alcance?

O que eu acho é que pessoas como você precisam de muita disciplina Jedi para trilhar esses caminhos… e na verdade Jedi é pouco, qual é a figura… Frodo! Precisamos do que quer que Frodo tinha para carregar o Um Anel para o único fogo que poderia destruí-lo.

Eu não consegui e me retirei. Não sei se vc tá conseguindo e à vezes acho que a diáspora para fora das mídias sociais, para os Fediverso, malas direta, canais de propagação do Element (tipo Telegram, mas tb da esfera do Fediverso / Matrix) é o único caminho. No entanto, claro, posso estar errado e, na real, provavelmente estou e alguma resistência precisa existir dentro de Mordor e só não existia em Sehnhor dos Anéis pq Tolkien era brilhante, mas estava longe de ser um ser de luz…

Assista o vídeo

MARKETING INFALÍVEL: A poderosa indústria do cringe!

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