Para que ter um site?

Resposta curta: Porque é fácil, porque você importa, porque você merece, porque é barato, porque a gente merece o empoderamento e liberdade de viver online e offline com direito às nossas ideias, religiões, causas e somente no nosso lugar temos isso garantido.

Falo muito disso nos posts sobre ter o controle da nossa narrativa, mas acho que vale a pena um breve resumo antes de mostrar como é importante, fácil e barato ter o próprio site, com o próprio domínio, que pode ser o seu nome, da sua empresa ou o que tiver a ver contigo.

Vivemos tempos de transformação e nossa presença online é cada vez mais importante. Quando precisamos de um novo emprego (o que tem acontecido com frequência) o que temos para mostrar online pode ser determinante. Também é online que muitas vezes as pessoas nos encontram depois de perder contato. Quem nunca perdeu contatos, fotos, coisas importantes porque o site (Orkut, Myspace) acabou ou caiu em ostracismo?

Em geral construímos nossa presença nessas plataformas sociais comerciais porque parece mais simples e “é o que todo mundo faz” (nem todo mundo…), mas, desde quando criei esse site há quase 16 anos, um monte delas deixaram de existir ou foram se esvaziando ou ficando tóxicas. O meu site pessoal existe há mais tempo ainda, desde 2002!

No seu site você se manifesta e se apresenta do seu jeito.

Concluindo: A gente deve ter um site porque a Internet se tornou parte essencial da vivência em sociedade e porque ter o controle da nossa própria narrativa é importante, talvez essencial!

E o que nos impede?

Porque é caro? custa menos de 30 reais por mês;
Porque é complicado? Uma vez configurado é como usar qualquer editor de textos;
Porque dá trabalho ficar criando conteúdo sempre? Essa imposição é uma anomalia criada pelos algoritmos das plataformas que usam o seu trabalho para ter conteúdo (Meta/Facebook, Google etc.);
Porque você não se acha especial? Esse motivo eu não aceito!! Do seu ponto de vista o mundo só existe enquanto você existe! Você é essencial e especial!

O único obstáculo que realmente impede muita gente é o “uma vez configurado” ali no segundo item.

Por isso escrevi esse post: para dar as ferramentas para qq pessoa criar seu site!

Se você quiser auxílio pode me contratar: A página Seu domínio, suas regras apresenta o serviço que estou prestando, mas espero que as instruções a seguir sejam o suficiente para você superar essa primeira etapa por conta própria!

Enfim: Como criar o seu site!

São apenas cinco passos para criar um site que pode atender desde as necessidades pessoais até as de uma empresa de porte razoável: Escolher e registrar um domínio, contratar um hospedeiro, instalar um criador de sites, personalizar o site, configurar um bom serviço de email.

Escolher e registrar um domínio

Esse é o primeiro passo.

Esse site aqui mora no domínio memedecarbono.com.br, que pertence a mim. É assim: a gente compra o direito de usar um certo domínio. É como registrar o nome de uma empresa antes de ter um escritório para ela. No Brasil isso custa 40 reais por ano ou menos se pagarmos vários anos de uma vez.

O registro de domínios é feito através de uma organização civil sem fins lucrativos, o RegistroBR: https://registro.br

Alguns prestadores de serviço fazem isso para o cliente registrando no próprio nome. Não faça isso! O site será seu, o domínio deve ser seu!

Na página inicial do Registro.br você já encontra um campo para verificar se o domínio que você tem em mente está disponível.

Também no Registro.br você encontra uma lista de categorias de domínios como .com.br, .art.br ou .eco.br. Todas explicadas. Algumas só estão disponíveis para empresas e outras, como gov.br, são restritas para órgãos específicos.

Quando você achar um nome e categoria de domínio que te satisfaça você pode fazer o registro ali mesmo. Como disse, custa 40 reais por ano atualmente e tem descontos se você pagar por vários anos.

O Registro.br é um órgão público e confiável e importante para a democratização da nossa Internet. Tem empresas que terceirizam as funções de registro, mas não recomendo. O ideal é lidar diretamente com o registrador central brasileiro.

E se eu quiser um domínio fora do Brasil?

A maioria dos outros países não tem registradores de domínio centralizados, então você terá que escolher algum grande registrador como o Tucows ou o Godaddy. São empresas grandes e confiáveis até certo ponto, mas tentarão te vender o máximo de produtos. Você quer apenas registrar o domínio. Existe uma infinidade de registradores internacionais e esses são apenas dois dos mais usados.

Alguns hospedeiros também são registradores de domínios internacionais. É uma boa opção.

Um hospedeiro para o seu domínio

Esse é o segundo passo.

Se registrar um domínio é como abrir uma empresa, criar o site é como alugar um escritório, um lugar onde a sua empresa, seu site, poderá ser visitado.

Isso quer dizer que o seu domínio estará abrigado em um tipo de computador em algum lugar na vastidão da internet e quem aluga esse computador para você é o hospedeiro.

Seu site estará literalmente em um computador dentro de um prédio, em uma sala e o endereço dele será um número estranho que não tem a menor importância na prática. O endereço do seu site é o domínio que você contratou. Esse aqui, por exemplo, é o memedecarbono.com.br.

Na prática é muito simples:

Contrata um hospedeiro (os bons estão entre 15 e 25 reais por mês)
O hospedeiro vai informar uma coisa chamada DNS do seu site ou Name Server, que vc vai colocar no campo correspondente lá no Registro.BR
Cabô. Juro. Só isso.

Atenção aos preços porque eles tem uma péssima mania de dizer que são, digamos, R$10,00 por mês(*) e o asterisco significa que esse valor é apenas para o primeiro ano e depois são R$25.00 por mês.

Praticamente qualquer hospedeiro com uns anos de mercado deve ser suficiente para um site pessoal ou até de uma rede de empresas como restaurantes.

Alguns hospedeiros oferecem planos especiais um pouco mais altos para já entregar o WordPress configurado e mantê-lo sempre atualizado.

Em todo caso aqui vão umas sugestões nacionais:

Hostinger (R$15)
Hostmídia (R$20)
Kangaroo (R$25)
King Host (R$35)

E se o hospedeiro ficar ruim?

Nem precisa ficar ofegante! Trocar de hospedeiro é um procedimento bem tranquilo:

Contrata o novo hospedeiro
Faz backup do seu site todo (tem aplicativo que faz isso)
Sobe o backup para o novo hospedeiro
Vai no RegistroBR e muda os Name Servers para os informados pelo novo hospedeiro.

Provavelmente ninguém nem notará que você mudou de hospedagem muito embora possa ter alguma instabilidade por umas horas. Se você criar uma página ou artigo novo nesse período, por exemplo, alguém pode ver a versão do seu site ainda no hospedeiro anterior.

Ah! Se o seu site dá a possibilidade de deixar comentários é bom desativá-los pelo tempo da transferência.

Só o email pode dar um pouco de trabalho se o seu hospedeiro for também seu servidor de email. Vai lá para baixo na sessão Um bom serviço de email.

Instalar um criador de sites

Quando a gente quer escrever um texto a gente abre o Word, o Google Docs ou um outro editor de textos qualquer.

Na prática manter um site consiste em criar documentos e existem programas específicos para isso e que a gente instala no próprio site!

É como fazer o login em uma rede social e começar a publicar coisas, só que bem mais simples que muitas delas.

Essa instalação atualmente é feita com um clique de mouse na área de administração do hospedeiro que você contratou: Instale o criador de sites tal.

Existem muitos criadores de sites cheios de qualidades, mas para a pessoa iniciante a gente meio que tem que indicar o WordPress. 43% de todos os sites que existem são feitos com ele! Então é fácil achar alguém para trocar ideias e aprender a fazer alguma coisa que não ficou muito clara.

Também não faltam vídeos nos YouTube da vida explicando como configurar o seu primeiro site com WordPress. O que nos leva a…

Personalizar seu site

É comum as pessoas ficarem horas ou até dias se preocupando com a aparência do site, mas o que realmente importa é o conteúdo dele, o que você vai publicar.

Basta ter um cabeçalho expressivo (esse aqui atualmente nem tem) e deixar claro na primeira página do que ele trata (esse aqui deixa ufa!). Pode ser um lugar para publicar poesias ou crônicas, dicas de filmes, comentários sobre a vida o universo e tudo o mais e, nesse caso, pode dizer isso no cabeçalho e deixar na primeira página os artigos (posts) mais recentes.

Se o site for para anunciar duas facetas suas, por exemplo, Astrofísica e Surfista, a primeira página pode ser uma página com uma foto do seu laboratório e outra do mar e, ao clicar em cada uma, vem outra página descrevendo sua área de pesquisa ou mostrando as galerias de fotos de surfe.

Seu site pode ser uma empresa e aí uma página inicial falando dos seus serviços e um menu superior ou lateral com “Quem somos”, “Portifólio” e “História” pode ser o suficiente.

Ah! Em geral uma página com um formulário de contato é uma boa ideia também. Atualmente já faz parte da maioria dos criadores de sites como o WordPress.

Nesse ponto você já terá um site com páginas e posts (artigos) e poderá compartilhá-los em plataformas comerciais sociais ou até integrá-lo automaticamente às mais avançadas como as do Fediverso (esse site está integrado).

Um bom serviço de email

Esse é o último passo e não é essencial, afinal muita gente mal usa email (o que eu acho uma grande perda de oportunidade!), então qualquer serviço de email já basta e os hospedeiros sempre incluem um.

Em todos os casos o seu email será como seunome@seudominio.com.br, mas tem uma vantagem em não usar o serviço de email oferecido pelo hospedeiro: o hospedeiro pode começar a não te servir mais (volte para a sessão hospedeiro).

Trocar de hospedeiro é um processo tranquilo, como já descrito, mas tem o email. Se o seu email é gerenciado pelo seu hospedeiro, na hora que você decidir trocar poderá perder uma mensagem ou outra no período de algumas horas que pode demorar para a Internet ser informada que os seus emails agora são gerenciados por outro servidor.

Existem muitas boas opções de servidor de email de domínio que são baratas ou estão incluídas em algum serviço que você já paga como:

ProtonVPN: Se você usa essa VPN no plano Unlimited tem direito a 3 emails de domínio. É o servidor de email que uso porque tenho necessidades especiais de segurança.
Icloud+: É comum usuários do ecossistema Apple terem uma conta paga e todas incluem ao menos um email de domínio, é o que uso no meu site pessoal.
Zoho: O plano gratuito já inclui um email de domínio com 5 caixas postais de 5GB cada. É um serviço mais antigo que o Gmail e bem estabelecido cujo modelo de negócio é oferecer um grande leque de serviços de forma que os usuários gratuitos acabam crescendo e vendo vantagem em contratar um ou mais dos serviços. Tenho sites usando a versão gratuita há mais de 10 anos.
Google Workspace: Só tem versão paga, mas muita gente é obrigada a pagar para ter espaço e o plano mais básico também inclui um email de domínio.
Microsoft 365. Mesmo caso do Workspace acima.

O procedimento para configurar um servidor de email alternativo para o seu domínio é muito simples ainda que possa parecer estranho para as pessoas novas nisso.

Ao escolher um serviço de email ele te pedirá para comprovar que você tem o controle daquele domínio inserindo um “Registro TXT”, um arquivo HTML ou alguma outra ação que apenas quem tem controle sobre o site pode executar. Provavelmente você pode pedir ao suporte do seu hospedeiro para fazer isso.
Uma vez comprovado que você tem controle do domínio o serviço de email informará outras configurações a fazer no seu site, e que o suporte da hospedagem também deve fazer de bom grado porque usar um serviço externo reduz a carga de trabalho e de processamento deles.
- Registros MX: Indica quem é o servidor de emails do seu domínio.
- SPF: Serve para o destinatário saber que o email realmente veio do seu domínio.
- DKIM: Permite ao destinatário saber que o seu email está exatamente do mesmo jeito que foi enviado e que não foi interceptado no caminho e alterado.
- DMARC: não é essencial, mas é adequado. Ele informa ao destinatário o que fazer se a verificação do SPF ou do DKIM falhar e isso também ajuda a mensagem a não cair na caixa de spam.
Pronto! Servidor de email configurado! Pode demorar algumas horas até que ele esteja plenamente habilitado, mas as mensagens enviadas para você nesse período chegarão sem problemas.

Conclusão

Entendo que isso tudo pode parecer confuso para a pessoa leiga, mas não se intimide e pode deixar perguntas nos comentários e procurarei melhorar cada vez mais esse guia sem deixá-lo desnecessariamente técnico.

Você também pode entrar em contato para me contratar (por R$750,00) para fazer essa configuração contigo te explicando para que você possa fazer por sua conta se precisar criar um outro domínio ou alterar alguma configuração do seu. Essa consultoria inclui orientações para você assumir o controle da sua narrativa.

Perguntas frequentes

Explica melhor por que ter um servidor de email independente do hospedeiro:
Digamos que você decida que quer federar o seu site e refazê-lo usando o Ghost, mas seu hospedeiro atual não suporta esse criador de sites e você precise trocar de hospedeiro: você terá que reconfigurar suas contas de email nesse novo hospedeiro, o que implica em migrar as mensagens guardadas na caixa postal ou fazer backup de tudo, refazer as listas de contatos, pastas de mensagens etc. Em alguns casos dá para fazer essa migração meio automaticamente, mas nem sempre. Se você usa um hospedeiro de email independente só precisa configurar os registros MX etc. E também não tem problema de alguma mensagem se perder na transição e, mais ainda, servidores de email especializados costumam ter mais recursos.

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Foto de formulário PxHere

De certa forma nossos próprios sites, em tempos que três ou quatro grandes latifúndios procuram engolfar todo o mundo, são tendas luminosas numa noite vasta, mas tranquila, onde temos liberdade para receber outras pessoas e viver do nosso jeito.

O que você precisa saber sobre ter um site na Internet