Vídeo: Bolsonaristas radicais negam a realidade, diz psiquiatra da Unicamp
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Tenho dito que o fenômeno de descolamento da realidade que deixa pessoas vulneráveis ao terrorismo informacional é global e cria um tipo de blastoseita que tentei descrever por alto em A prisão invisível que ameaça a civilização e no post Quem é o guru da seita global e como desprogramar suas vítimas?
No vídeo acima o psiquiatra e professor da Unicamp Paulo Dalgalarrondo defende que o fenômeno é social e político, não patológico, cita alguns autores que estudaram esse tipo de fenômeno e sugere que um caminho para lidar com esses vieses distorcidos é pela educação.
Pessoalmente acho que temos alguma urgência para recuperar essas pessoas pois vimos como está fácil de recrutar leigos para fins terroristas. Continuo achando que a estratégia de resgate de vítimas de seitas nos dará mais agilidade para lidar a curto prazo com o fenômeno.
É patologia?
Frequentemente vejo pessoas (e também entre os comentários no vídeo acima) supondo que os eleitores do Bolsonaro, e não somente os mais radicais, são burros ou sofrem de algum problema mental. Tenho respondido mais ou menos assim:
Não sou da área de saúde mental, mas ainda não vi ninguém da área considerar que aquelas pessoas ou aquele tio ou tia que quase todos nós temos, estão sofrendo de alguma esquizofrenia, psicopatia ou colapso nervoso.
O que você acha que torna evidente que é patológico?
É importante saber o que está acontecendo até para evitar que se repita.
Se é patológico, por exemplo, será que Bolsonaro está livre de culpa? Será que as pessoas simplesmente mergulharam em um delírio coletivo?
A enorme pressão desinformadora e terrorista sobre essas pessoas, vindas de sites pseudojornalísticos, líderes religiosos e massivas campanhas de terror por WhatsApp, Telegram, Facebook e YouTube são fortes evidências de que, como o professor procurou mostrar, trata-se de uma patologia social e política. É um fenômeno criado.
Também é importante entender realmente o que está provocando aquele comportamento que vimos para sabermos como lidar com quem está envolvido pela mesma seita. Temos que levá-los a psiquiatras? Acho mais provável que tenhamos que tratar como vítimas de seitas e não como doentes.
Enfim, acho que tem bastante espaço para questionar se é patologia ou não….


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