Rede social ou bolha de informação: o que você mantém? | Raquel Camargo | LinkedIn

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Leiam o ótimo artigo da Raquel Camargo da lhama.me:

https://www.linkedin.com/pulse/rede-social-ou-bolha-de-informa%C3%A7%C3%A3o-o-que-voc%C3%AA-mant%C3%A9m-raquel-camargo

Tenho aqui comigo umas dúvidas sobre isso, principalmente se as bolhas são mais fechadas hoje que no passado.

Ainda estou colhendo evidências porque, claro, pessoas como nós se esforçam conscientemente para entrar em contato com tudo e não servimos como exemplo de comportamento geral.

Concordo plenamente que a Internet poderia criar muito mais pontes entre ideias.

A questão é se nós humanos sabemos lidar com isso. A história de tribos humanas e de outros primatas nos mostra que a formação de bolhas é inata.

Ultimamente anda impossível, por exemplo, manter bolhas de opinião política e vemos a dificuldade de interação quando o viés é muito diferente.

O mesmo ocorre entre posições religiosas e, mais ainda, entre ateus e religiosos.

Desconfio que a formação de bolhas não é um fenômeno da Internet e sim uma característica primata.

Mas ela está incomodando, não é? E se for justamente o contrário? A Internet tornou impossível não perceber que há bolhas e que os encontros entre elas são inevitáveis levando-nos a querer resolver isso?

Tem várias coisas que rompem bolhas na Internet e não rompem fora dela.

No mundo offline nos cercamos de pessoas como nós e lemos revistas, livros e jornais com nosso viés.

Online está tudo ao alcance de um clique e as tribos se unem para ir odiar o conteúdo que os incomoda, que fala mal das suas bolhas ou bem de bolhas antagônicas às deles. Basta ver as guerras entre ateus e religiosos no Youtube para ter um exemplo disso.

Ah! É claro que tem um outro efeito muito preocupante que é o que o Roberto Cassano chamou de efeito todo mundo.

É uma bolha invertida. Em vez de afastar ideias diferentes aproximamos ideias e percepções que confirman nosso viés. O resultado é uma visão do mundo muito mais convicta e, quase sempre, muito mais errada. Ficamos com a impressão que todo mundo é como gostamos de ver o mundo. Um homofóbico achará que quase todo mundo concorda com ele. Um ateu achará que as religiões estão prestes a se extinguir.

Isso é mortal para sociólogos, profissionais de marketing, jornalistas e políticos, mas cria também uma sociedade mais belicosa pois a visão oposta à nossa passa a parecer uma anomalia que está prestes (e merece) de ser eliminada.


Comentários

Uma resposta para “Rede social ou bolha de informação: o que você mantém? | Raquel Camargo | LinkedIn”

  1. Ei meu caro, concordo contigo, isso não é criação da internet, mas o que eu acredito é que algoritmos e todas as estruturas das redes online potencializam isso =)

    abraço

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