Esta semana estive no workshop de abertura do Cel.u.cine que é o festival de micrometragens para celular promovido pela Oi.
A busca por conteúdo que justifique a venda de serviço de vídeo por celular pode ser um estímulo interessante para as operadoras buscarem talentos e alimentar a produção artística nacional ainda que no final eu tenha dúvidas que um modelo fechado onde os filmes são exibidos apenas para os usuários daquela operadora seja um modelo viável.
As inscrições são de 17/03 a 17/04 e certamente haverá outros festivais dessa e de outras operadoras e se você tem os equipamentos mínimos para fazer um filme pode ser interessante arregaçar as mangas e arriscar sua criatividade.
E você certamente tem tudo que precisa: um celular com câmera (ou uma câmera sofisticada), um computador para editar o filme e idéias na cabeça.
Fora isso algumas dicas que ouvi ontem podem ser úteis
- Filmes para celular devem ter no máximo 3 minutos em virtude tando das limitações tecnológicas quanto dos hábitos do espectador que os assiste entre estações de metrô por exemplo
- O ator deve se dirigir diretamente para a câmera pois a relação do espectador com o celular é pessoal (claro que isso é uma sugestão e não uma regra, o filme 7 Vidas feito supostamente com fragmentos de vídeos em um celular achado no metrô é um exemplo de outro uso)
- Use cores fortes que dão melhor leitura
- Evite movimentos bruscos de câmera pois a definição deles se perde
- Cuidado com os efeitos sonoros. A qualidade do som em um celular deixa a desejar diante de um aparelho mais sofisticado e os diálogos se perdem quando há música de fundo ou sonoplastia que não seja essencial
O primeiro a falar no evento, Fernando Paiva, nos levou algumas informações bem interessantes:
- Há cerca de 152 milhões de linhas celulares no Brasil, mas…
- Em torno de 10% são linhas desativadas
- 3 milhões não são celulares, mas modems 3G
- Perto de 80% são pré-pagos e portanto usados praticamente só para falar
Isso quer dizer que o mercado de vídeo para celular ainda é muito pequeno no Brasil, mas isso também quer dizer que essa é a hora para investir afinal a tendência é esse mercado crescer e, em algum momento, passar por uma explosão de consumo. Quem tiver chegado primeiro terá vantagens.
O segundo palestrante mostrou o Rafinha 2.0:
É um excelente filme sobre a geração atual que nasceu já imersa nos primeiros dias da era da comunicação e provavelmente a responsável por criar a era do conhecimento ou pelo menos a da informação. Assista o vídeo, são só uns 9 minutos.
Os últimos a falar foram Felipe Dantas e Marinanna Rhosa produtores de Humanóides e de Desenrola respectivamente. São deles as dicas de filmagem e estilo que citei mais acima. Vale a pena assistir alguns episódios das séries deles.
Fala Roney, Estava sentado ao seu lado lá no Celucine. Achei que a galera taa um pouco alheia nas questões 2.0 e mídias digitais vc não achou ?
Realmente ficou essa impressão, principalmente quando uma moça confundiu Campus Party com RPG 😉
A cibercultura é um universo todo novo, é uma subcultura que está se espalhando por praticamente todas as áreas do conhecimento, cultura e organização humanas, mas frequentemente de forma anônima.
Acho natural que a maioria ainda desconheça o núcleo da cibercultura.
Tenho pensado bastante em como facilitar o acesso geral a essa verdadeira revolução que se espalha como uma névoa entre as tramas do Twitter, redes sociais e outros lugares online e transpõe as barreiras para o mundo offline.