A história desse post começa em outro post no meu outro blog: Raízes da Violência: Marco Zero.
Estamos sujeitos a muitos tipos de violência e praticamos muitos outros sem ao menos notar, mas, depois de assistir à entrevista abaixo com a psiquiatra Ana Beatriz Silva (autora do livro Mentes Perigosas), decidi separar as violências em dois tipos: cultural e psicopata. Dê uma olhada na entrevista:
Percebi que a violência psicopata é a mais explorada em nossos noticiários e que frequentemente inspira a nossa desesperança.
Desesperados, nós mesmos nos tornamos violentos, mas isso será assunto para outro post. A questão é: Os psicopatas podem ser considerados representantes da nossa sociedade?
- Alguém se torna psicopata por opção?
- Alguém se torna psicopata por causa da impunidade?
- Uma educação “frouxa” pode criar psicopatas?
- A falta de castigo cria psicopatas?
- Somos essencialmente psicopatas e nos tornaremos se não formos reprimidos de alguma forma?
Até onde sei e pude perceber pela entrevista acima a resposta para tudo isso é não…
Um psicopata tem uma deficiência neurológica. O seu sistema límbico não funciona adequadamente, torando-o incapaz de empatia, compaixão ou de sentir algo pelos outros.
Um psicopata não é capaz de sentir remorso e se considera irrepreensível. Ele mentirá, enganará e até mesmo matará sem sentir nada. É uma limitação do cérebro deles que ainda não sabemos curar.
Em geral, as pessoas nascem psicopatas.
De acordo com pesquisas nos EUA, 4% das pessoas são psicopatas.
Um psicopata não é incapaz em nenhum outro aspecto intelectual ou mental. Ele é inteligente e racional, até mais racional do que a média, afinal ele é pura razão, sem emoção.
Sendo assim, um psicopata sabe que o que está fazendo é errado, muito embora não se importe com isso e, portanto, deve ser tratado como uma pessoa perfeitamente consciente dos seus atos caso cometa crimes.
As entrevistas da Ana Beatriz Silva são brilhantes, mas não concordo com ela nos aspectos religiosos, ou seja, que o psicopata é uma expressão do mal. Eles são a expressão da incapacidade física de compreender os outros e, de acordo com a Dra. Ana Beatriz Silva, eles são capazes de aprender racionalmente que não podem cometer crimes. Eles só não podem, imagino, ser entregues a ambientes onde reine a impunidade. Também não podem ficar invisíveis, sentir que não estão sendo vigiados.
É importante notar que eles são incapazes de sentir remorso, então castigá-los com o rigor da lei em prisões desconfortáveis não os desestimulará, não impedirá que outros apareçam.

O que fazer então com os psicopatas?
- Antes de mais nada jamais devemos perder a fé na humanidade por causa deles, assim como não perdemos a fé na saúde porque há pessoas doentes
- Devemos saber reconhecê-los e saber como lidar com eles (para isso há uns poucos livros como o Mentes Perigosas)
- Em vez de direcionar nosso ódio e desejo de vingança contra eles, precisamos criar uma sociedade onde não se sintam livres para agir impunemente
- Devemos ensinar os pais a reconhecê-los e como educá-los para que possam ser úteis para a sociedade
Seja como for, por tudo que vi, li e escutei até agora, devemos resistir aos apelos emocionais que a mídia usa para atrair a audiência com base nas violências praticadas por essas pessoas.

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