Vou reunir aqui algumas outras fontes, mas o vídeo a seguir é uma das mais propícias por falar na ocorrência do efeito na política e por apresentar uma proposta de antídoto.
Convém destacar uns pontos para facilitar.
O vídeo comenta que, muito embora Trump responsabilize imigrantes pela criminalidade, falta de segurança por mortes e a perda de empregos pela contratação de mão de obra em outros países o fato é que a maioria dos criminosos não é imigrante, morre-se muito mais por efeito da poluição e mais de 80% da perda de empregos foi pela automação.
O grande problema do efeito Dunning-Krueger é que nos leva a enfrentar monstros imaginários e encontrar soluções fantasiosas o que nos coloca em situações cada vez piores.
Do ponto de vista desse blog, ou seja, memético e evolutivo, esse efeito é uma necessidade de sobrevivência pois a dúvida na vida selvagem pode ser mais perigosa que a decisão errada. Além disso, instintivamente protegemos nossas ideias, nossos memes.
Esse apego cego a convicções também é um dispositivo de defesa, o vídeo mais acima fala nisso, e quanto mais nos sentimos inseguros, mais firmes nossos muros de convicções equivocadas serão.
Não se pode ajudar uma pessoa a sair do efeito Dunning-Kruger apenas com fatos e argumentos.
Como o vídeo também diz, é necessário fazer com que se sintam seguras antes e ele chega a sugerir o uso das 5 táticas de negociação de Chris Voss (compre o livro na Amazon).
Minha sugestão de antídoto é mais básica: não faça a pessoa perceber que suas bases de pensamento são frágeis e se esfacelarão diante dos fatos, use outra estratégia que também é citada no vídeo (tá vendo, é um bom vídeo): as pessoas podem facilmente trocar de opinião se lhes dissermos que a outra opinião foi a que elas escolheram. Parece ridículo, mas é como nos desenhos animados do Pernalonga:
– É meu!
– Não! É meu!
– É meu!
– Negativo! É meu!
– É seu!
– Toma, é seu!